Mais uma morte assola o sistema Petrobrás e aumenta uma triste estatística

Uma explosão, que causou um princípio de incêndio na Revap (Refinaria Henrique Lage), em São José dos Campos, levou mais três trabalhadores terceirizados a entrar nas estatísticas de acidente de trabalho, no sistema Petrobrás.

Na tarde de ontem (17/05), Reginaldo Saraiva de Souza morreu carbonizado, Raimundo Nonato de Souza Silva e Osvaldo Mendes do Nascimento, sofreram queimaduras. Um deles teve a face queimada e a outro está com 50% do corpo comprometido. Todos os três trabalhavam como montadores de andaime e eram funcionários da empresa LM, terceirizada da Petrobrás .

O acidente ocorreu por volta das 15h30, na unidade de Hidrotratamento de Diesel. As vítimas não conseguiram deixar o local após a explosão por conta dos equipamentos de segurança que usavam, diferente de outros dois mil trabalhadores que saíram a tempo.

 Descaso

O Sindipetro-LP manifesta o total apoio às famílias desses companheiros e mais uma vez exige que a Petrobrás pare de precarizar as condições de trabalho da sua força de trabalho. O que aconteceu ontem, e tantas outras vezes, é reflexo dessa política irracional que a estatal vem orquestrando nos últimos anos.

Nos últimos 16 anos já foram contabilizadas 291 mortes, sendo que a maioria era de terceirizados. Quantas tragédias mais serão necessárias para que alguma atitude seja tomada? É inadmissível a falta de segurança que existe no sistema Petrobrás e foi por esse motivo que a categoria cruzou os braços por 23 dias. E não haverá a menor hesitação em mobilizar os petroleiros novamente, até que alguma coisa seja feita para reverter essa postura vergonhosa.

Quantas famílias ainda vão chorar pela morte de um ente querido para que a Petrobrás entenda que, não é economizando em segurança, que se lucra.

 Manifestação

Cerca de 4 mil trabalhadores da Revap, de turno e do HA decidiram paralisar as atividades por tempo indeterminado, em assembleia realizada na manhã de hoje. A decisão se deu por conta do acidente de ontem.

Os petroleiros decidiram cruzar os braços porque ninguém na refinaria garantiu que existe segurança para que os funcionários retomem o trabalho.

O Ministério do Trabalho vai realizar uma vistoria no local ainda hoje.