Sistema Petrobrás é alvo de greves em todo País

Como sintoma da política de desigualdade presente em todo Sistema Petrobrás, além de Caraguatatuba e das plataformas de Mexilhão e Merluza, no Litoral Paulista, outros trabalhadores do país estão cruzando os braços na 2ª maior empresa de energia do Mundo. A Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e os terceirizados que operam as sondas de perfuração terrestre da Petrobrás na Bahia também entraram em greve.

Refinaria Abreu e LimaOs mais de 20 mil trabalhadores da refinaria Abreu e Lima paralisaram as atividades no complexo de Suape, em Ipojuca-PE, no último dia 22 de março. Os operários estão em greve para combater a intransigência patronal, que insiste em não negociar a totalidade dos 13 itens da pauta de reivindicações da categoria. Os trabalhadores reivindicam hora extra de 100% aos sábados e aumento do vale-alimentação dos atuais R$ 80 para R$ 160.

O movimento, que antes se limitava aos 4.822 trabalhadores do Consórcio Conest, formado pelas companhias Odebrecht e OAS, se alastrou para as demais 26 empresas que participam da construção da refinaria e para as três plantas do pólo petroquímico, totalizando 29. O pleito dos funcionários agora é que a pauta seja unificada, valendo para todos os consórcios.

Os operários do consórcio já haviam parado por seis dias em fevereiro. Na época, um operário foi baleado no rosto durante protesto e um alojamento foi destruído.

Greve na BahiaTrabalhadores terceirizados que operam as sondas de perfuração terrestre da Petrobrás na Bahia deram início no dia 28 de fevereiro a diversos protestos contra a crescente precarização das condições de trabalho que duraram cinco dias. A categoria exige melhores condições de trabalho, com respeito a regimes e jornadas, preservação dos postos de trabalho e salários, manutenção de benefícios, entre outras reivindicações.

E mais uma vez, a Petrobrás, ao invés de buscar negociar uma saída para a greve, buscou a Justiça do Trabalho para barrar o movimento e pressionar os trabalhadores a operar as sondas.

Ficou resolvido diretamente com a Empercom, empresa fornecedora da mão-de-obra, o pagamento do passivo referente ao Acordo Coletivo, quanto ao reajuste da cesta básica de setembro para cá. A gerência das sondas comprometeu-se em solucionar junto com a Empercom a questão das horas extras que são pagas fora do contracheque, a antecipação do pagamento quando coincidir com o fim de semana ou feriado, e o problema do atestado médico, que a empreiteira abona o dia, porém desconta na folga.

Os terceirizados voltarão à greve e por tempo indeterminado com a participação dos companheiros de Sergipe/Alagoas e do Rio Grande do Norte, se suas reivindicações não forem atendidas.

Obras nas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio estão paradas

Há duas semanas, o canteiro de obras da Hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira, foi totalmente destruído supostamente por um grupo de trabalhadores da construtora Camargo Corrêa - construtora responsável pela construção da UTGCA. Dias depois, a Hidrelétrica de Santo Antônio, também em construção no Rio Madeira, paralisou preventivamente as operações.

As obras das usinas Jirau e Santo Antônio estão paradas e as empresas tomaram a iniciativa de mandar os trabalhadores para casa e só chamá-los de volta quando resolverem o impasse. Essa foi a solução encontrada para desmobilizar o movimento dos empregados. Os trabalhadores exigem pagamento das horas extras, aumento salarial e benefícios.

A violência em Jirau obrigou o governo a intervir com a presença de homens da Força Nacional de Segurança e da Polícia Federal. O Planalto acusou as construtoras das usinas de tratar de forma autoritária os operários. Apenas na usina hidrelétrica de Jirau trabalham mais de 22 mil homens.

Empreendimento - A usina de Jirau é a maior obra em andamento no Brasil e considerada uma das mais importantes obras do PAC, do governo federal. A construção de Jirau começou em 2008, após a vitória do consórcio Energia Sustentável no leilão da hidrelétrica, e está prevista para terminar no início de 2012.