Mais de 50 mil estudantes protestam em Londres contra cortes do governo

Diante do maior corte fiscal desde a 2ª Guerra Mundial, mais de 50 mil estudantes foram às ruas em Londres protestar contra a cobrança de mensalidade nas universidades. A manifestação, uma das maiores nas últimas decadas, é comparada às mobilizações contra o governo neoliberal de Tatcher nos anos 80 e põe em contradição afirmações do governo britânico, cuja tese era de que a onda de protestos na França não invadiria o país.

Os pacotes de cortes promovidos pelo Partido Conservador prevê o aumento das taxas anuais para os empréstimos estudantis, dobrando e até mesmo triplicando o piso para os empréstimos, que hoje está em 3.290 libras anuais (equivalente a R$ 8,9 mil). Além disso, o governo planeja cortar em até 40% o orçamento para as universidades e acabar com as bolsas para os docentes.

A onda de protestos foi inflamada sobretudo pelo fato de um dos partidos do governo, o Liberal-Democrata, ter garantido durante a campanha não mexer nas taxas estudantis. Enquanto os estudantes percorriam uma das principais avenidas do centro de Londres, dirigindo-se ao Parlamento, cerca de 300 jovens desviaram da rota e atacaram a sede do Partido Conservador.

Após a ocupação do prédio, houve repressão policial e aproximadamente 30 jovens foram presos. Segundo a imprensa, 14 ficaram feridos, sendo 2 policiais.

Além de cortes na educação, o primeiro-ministro britânico David Cameron ainda pretende eliminar  meio milhão de empregos públicos. Os cortes afetam todas as áreas, inclusive as socais.