Ato na Paulista fortalece campanha "O Petróleo tem que ser Nosso!"

Depois da manifestação dos estudantes da Universidade de São Paulo (USP), ontem, a Avenida Paulista recebeu hoje, dia 19, um ato da campanha "O Petróleo tem que ser Nosso!" em frente ao prédio administrativo da Petrobras, o Edisp, organizado pelo Comitê Estadual Contra a Privatização do Petróleo e Gás - mesmo com a tentativa, por parte de alguns sindicalistas, de desviar o foco do ato para uma manifestação contra a CPI da Petrobras. O Sindipetro-LP esteve presente com diretores, aposentados e petroleiros da ativa ao lado de cerca de 1.000 pessoas, que compunham as diversas forças dos movimentos sociais, principalmente sindicalistas."Essa manifestação é fundamental para o fortalecimento da campanha "O Petróleo tem que ser Nosso!". Lutamos por uma Petrobras 100% estatal e pública", disse aos manifestantes o diretor petroleiro Anderson Nascimento Pereira, o Mancuso. Representando o Sindipetro-LP, defendeu que os recursos do pré-sal sejam revertidos ao desenvolvimento, ou seja, melhorias na educaçao, saúde, realização da reforma agrária.Mancuso frisou a ameaça que o pré-sal, além de outros recursos naturais estratégicos brasileiros, sofrem com a ganância do capital estrangeiro e lembrou: "Até agosto a proposta de um novo marco regulatório deverá ser apresentada pela Comissão Interministerial. Precisamos intensificar a luta pela volta do monopólio estatal do petróleo".A outras lideranças que discursaram seguiram o mesmo tom, distoando apenas pelas falas radicalmente contrárias a criação da CPI da Petrobras e, em muitos casos, carregando a tinta em benfícios que o governo Lula trouxe aos trabalhadores - afinal, os petroleiros e petroleiras amargam ainda uma defasagem salarial de 74% desde 1997, época do governo neoliberal de FHC, sem contar as 800 mil demissões recentes.De toda forma, o movimento expressava um importante clima de unidade, representado nas diversas bandeiras e perspectivas políticas diferenciadas.Estavam presentes a Frente Nacional dos Petroleiros (FNP), representada pelo Sindipetro-LP, FUP, Intersindical, Conlutas, além das centrais sindicais CUT, CTB, CGTB e UGT, Movimentos estudantil e de mulheres como também dezenas de sindicatos, políticos, partidos e outras entidades."Aqui o importante é pensar na unidade porque a batalha pelo petróleo nunca foi fácil", ressaltou o diretor petroleiro, Gervásio Fernandes da Silva. Para o secretário geral do Sindipetro-LP, responsável pela delegação do Litoral Paulista, os trabalhadores precisam se envolver na campanha "O Petróleo tem que ser Nosso!".