Operação do Projeto de Tupi é iniciado com cobertura prevísivel da imprensa

Nesta quinta-feira (28/10), a imprensa nacional divulgou com previsível superficialidade o início da operação do Projeto Piloto de Tupi, no pré-sal da Bacia de Campos.

A festa foi planejada e nesta quinta-feira o presidente Lula participou da cerimônia em que o navio plataforma Cidade de Angra dos Rei se transformou na primeira plataforma marítima destinada à extração em escala comercial de petróleo que descobriu no pré-sal.

O anúncio soma-se a uma série de matérias que divulgam novas descobertas de reservas de petróleo pela Petrobrás. O que não está sendo dito é que, para cumprir prazos e metas de produção, a companhia está forçando trabalho em excesso e oferecendo condições precárias de trabalho aos petroleiros.

As denúncias feitas pelo Sindipetro-LP sobre as condições de unidades como a UTGCA e as plataformas de Mexilhão e Merluza são exemplos claros desta realidade, omitida na grande imprensa. Horas extras acumuladas, equipes de trabalho reduzidas, terceirização em massa e instalações provisórias são alguns dos problemas que já se tornaram rotina dentro da Petrobrás para cumprir o Plano de Negócios.

Outros setores também já estão sentindo os efeitos dos investimentos que estão sendo feitos na Região em virtude do pré-sal. Realizadas em ritmo acelerado, as obras de prédios luxuosos estão sendo feitas por cerca de 15 mil trabalhadores, que não têm motivos para comemorar o boom imobiliário. Até agora, os benefícios estão restritos aos especuladores imobiliários e às grandes empreiteiras.

Aos trabalhadores, a realidade tem sido frequentes acidentes e problemas trabalhistas como atrasos nos pagamentos, horas extras em débito e desrespeito às convenções coletivas de trabalho. Cabe a nós, entidades que representam esses trabalhadores, denunciar as irregularidades e expor a realidade escondida sob o manto do desenvolvimento a qualquer custo.