Acontece amanhã, quinta e sexta-feira, em Brasília, o encontro da Comissão Nacional do Benzeno. Representam o Sindipetro-LP os diretores Marcelo Juvenal e Fernando Malingre, o Robocop, além da assistente social do Sindicato Marli Dias e Júlia Maria Marucci de Castro, viúva do petroleiro Roberto Crapa, morto em decorrência da contaminação por benzeno.Para Júlia, bióloga e dentista, ir ao encontro tem uma importância moral. Lutar para mostrar que o Roberto morreu por causa do benzeno e contribuir para a luta de quem está contaminado. Devo isso ao meu marido e aos meus filhos". Luta. Essa palavra resume bem a vida de Júlia.Em briga judicial com o INSS e a Petrobras, a viúva conseguiu fazer com que o INSS aceitasse a morte de seu marido como acidente de trabalho - em uma decisão inédita da justiça. Contudo, o benefício ainda não mudou. "A Petrobras recebeu, faz mais de uma ano a notificação, mas ainda não fez nada", lamenta.Por tudo isso, Júlia tornou-se uma ativista da causa. Já participou de outros encontros da Comissão Nacional do Benzeno, mas este, de Brasília, será especial. Entre os objetivos dos diretores que representarão o Sindipetro-LP, um deles será o de conseguir que Júlia faça seu depoimento, contando a luta que trava na justiça e o sofrimento que passou ao lado de seu companheiro."Não dá para debater os elementos que envolvem o benzeno sem depoimentos de quem sofre com os resultados da contaminação", defende Marcelo Juvenal.O diretor Fernando Malingre frisa também a importância de garantir voz ao depoimento de Júlia, mas lembra de debates importantes. "Haverá o debate sobre alterações na portaria 776 (legislação do benzeno) (...) ela é uma portaria importante, mas a empresa precisa colocá-la em prática".Inclusive a Petrobras já sinalizou a existência de novos procedimentos para a portaria, mas até agora não apresentou nada.Malingre segue apontando o Simpeak, novo monitoramento de áreas de benzeno, como uma briga essencial, pois "há anos que ele está para entrar no ar. A expectativa é que entre agora". Finaliza reforçando que a delegação ficará atenta também ao novo regramento para cadastramento das empresas que manipulam benzeno."O mais importante é acumular informações e passá-las ao Grupo dos 13. O Sindicato precisa se manter atualizado e informado para lutar melhor pela causa", defende a assistente social do Sindipetro-LP, Marli Dias.A delegação do Litoral Paulista parte para Brasília hoje, no final da tarde. "
