Metalúrgicos do ABC conquistam 10,81% de aumento salarial

Enquanto a Petrobrás tenta empurrar uma proposta que não gera aumento real, outras categorias do País estão conquistando graças às mobilizações e greves aumentos salariais históricos. A Folha de S. Paulo publicou nesta terça-feira (21/09) que os metalúrgicos conquistaram o maior aumento salarial da história da categoria.

Os metalúrgicos do ABC conquistaram neste domingo (19) o maior aumento salarial da história da categoria: 9% da data-base mais 1,66% de correção da tabela salarial, num total de 10,8%, mais R$ 2.200,00 de abono.

O índice total será pago integralmente na data base, 1º de setembro, e o abono quitado totalmente em 20 de outubro.

As montadoras (Ford, Scania, Mercedes-Benz e Volkswagen) responderam positivamente à reivindicação feita pelos trabalhadores em assembleia realizada no sábado (18).

Eles reivindicaram a unificação das datas de pagamento do aumento salarial e da correção da tabela (os 10,8%) e também que abono fosse pago de uma única data. Originalmente, a proposta era de pagar o 1,66% somente em agosto de 2011 e o abono parcelado em duas vezes.

Segundo ele, os 10,8 % representam 6,26% além da inflação acumulada no período, que foi de 4,29%. "Um índice extraordinário, à altura da categoria e compatível com o bom momento econômico vivido pelas montadoras e também pelo país", disse hoje o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, ao comemorar o maior aumento salarial da história da categoria.

ACORDOS

Na segunda, os metalúrgicos da GM em São José dos Campos e São Caetano aprovaram reajuste salarial de 9%, retroativo a 1º de setembro. Desse total, 4,52% serão de aumento real e outros 4,29% de reposição da inflação, pelo INPC.

O acordo também prevê abono de R$ 2.200. O teto para aplicação do reajuste é R$ 7.630 e os salários acima contarão com fixo de R$ 686.

Segundo o Dieese, a quase totalidade (97%) de 290 categorias profissionais conseguiu reajustes de salário igual ou superior à inflação em negociações ocorridas no primeiro semestre.

A taxa de 97% é mais alta que a verificada nos anos de 2008 e 2009, quando 87% e 93% dos grupos de trabalhadores tiveram sucesso semelhante. 

Fonte: Folha de S. Paulo