Capitalização: reserva de ações foi iniciada nesta segunda-feira (13/09)

O prazo para reserva de ações da Petrobrás no processo de capitalização teve início nesta segunda-feira. Entretanto, apenas os cotistas que já têm recursos aplicados no FGTS-Petrobrás poderão participar da oferta pública de ações da companhia com dinheiro do fundo de garantia.

Mesmo sendo os responsáveis diretos pelo crescimento da Petrobrás, existem restrições aos petroleiros. No caso daqueles que não investiram a partir de 2000, por exemplo, é vedada a compra de ações da estatal. Essa é outra estratégia da Petrobrás para dividir a categoria.

No processo de capitalização da empresa, a Petrobrás venderá novas ações no mercado e poderá arrecadar os recursos financeiros que precisa para ampliar investimentos, sobretudo na exploração do pré-sal.

Serão feitas três ofertas: a prioritária, destinada aos acionistas e na qual serão distribuídas até 80% da quantidade inicial de ações ordinárias (com direito a voto) e preferenciais (sem voto); para os investidores institucionais, grupo que inclui pessoas jurídicas, instituições financeiras e clubes de investimento do Brasil e do exterior; a de varejo, destinada a trabalhadores da Petrobrás que  tenham recursos aplicados no FGTS, e pessoas físicas.

No momento da reserva de novas ações o investidor prioritário deverá especificar quanto está disposto a gastar. Os trabalhadores que compraram cotas de fundos com o FGTS em 2000 e continuaram com o investimento até 30 de junho poderão aplicar, no máximo, 30% do total da conta vinculada ao FGTS.

Aqueles que ainda não são acionistas da estatal poderão investir no mínimo R$ 1 mil e no máximo R$ 300 mil no momento da capitalização.

Os investidores prioritários têm até dia 16 para manifestar interesse de subscrever mais papéis. Quem ainda não é acionista da estatal tem até o dia 22 deste mês para fazer a reserva.

Este enredo nada mais quer dizer que a capitalização irá privilegiar aqueles que já são detentores do capital, pois não beneficiará a população e seus trabalhadores, mas sim megaempresários como George Soros, um dos maiores acionistas da Petrobrás.

Ao ceder 5 bilhões de barris de petróleo para Petrobrás a um valor de US$ 8,51 por barril, sendo que o valor de mercado médio é de US$ 80,00, o Governo simplesmente entrega de graça um bem que é do povo brasileiro. Afinal, 5 bilhões de barris de petróleo que valem US$ 400,00 bilhões estão sendo entregues por apenas US$ 42,533 bilhões. Se a Petrobrás fosse 100% estatal não haveria problema, mas a empresa está fatiada, com 71% das suas ações preferenciais  nas mãos do capital privado.

Mais um motivo para que a categoria cobre da empresa um aumento real de salário digno e que  atenda a pauta de reivindicações. A Petrobrás só se tornou o que é hoje, uma das cinco maiores companhias petrolíferas de capital aberto do mundo, graças ao suor de seus trabalhadores.