Subsidiárias não apresentam proposta e Petrobras propõe pagamento com diferença de 4 vezes entre o piso e o teto

PLR

FNP e FUP também participaram de reunião conjunta sobre a segurança dos trabalhadores e seguem em diálogo para tratar a respeito de efetivo, novo plano de carreira e outras questões

No dia 15 de outubro, foi um dia de muitas reuniões no Edifício Senado (Edisen), atual sede da Petrobrás, no centro do Rio de Janeiro.

Pela manhã, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) em conjunto com a Federação Única dos Petroleiros (FUP) realizaram uma reunião com a diretora de assuntos corporativos, Clarice Copetti, para tratar sobre a segurança de todos os trabalhadores no Sistema Petrobrás, principalmente aqueles que atuam como prestadores de serviço contratados por outras empresas.

Na última semana, como foi amplamente noticiado, ocorreram quatro mortes em unidades do Sistema Petrobras, que envolveram diretamente os trabalhadores terceirizados.

Isso motivou a FNP e a FUP a suspenderem as negociações de PLR com o RH da companhia, ao final da semana passada, porque a vida e a segurança dos trabalhadores e trabalhadoras devem estar sempre em primeiro lugar.

“Escalamos a discussão para a Alta Administração, não só por causa da gravidade da situação, mas porque, em última instância, trata-se de saber qual é o compromisso, quanto de recursos financeiros a Petrobrás está disposta a alocar para ‘subir o sarrafo’ dos contratos”, disse Eduardo Henrique, secretário-geral da FNP.

“Na reunião, ambas as federações cobraram da Petrobrás melhorias e mais investimentos em medidas segurança, para que esse quadro ‘endêmico’ seja contornado, e as pessoas tenham efetivamente segurança no ambiente de trabalho”, complementa Adaedson Costa, secretário-geral da FNP.

A FNP e a FUP conseguiram arrancar um compromisso da Petrobrás em montar um Grupo de Trabalho (GT) a fim de apurar as condições atuais dos contratos dos trabalhadores que atuam como prestadores de serviço.

A Federação Nacional dos Petroleiros, no entanto, foi taxativa na reunião em relação à necessidade urgente de acontecer mudanças concretas no quadro dos gestores responsáveis pela segurança no Sistema Petrobrás.

“Esses gestores estão em seus postos desde a época do governo Bolsonaro e não mudaram o conceito e a prática de que se deve entender por segurança”, ressaltou Adaedson Costa.

A FNP seguirá cobrando a Petrobrás por mudanças nessa área.

PLR 2024

Às 16 horas, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) se reuniu com o RH da Petrobrás para tratar da primeira proposta de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) para o ano de 2024.

A holding manteve as limitações do último acordo de PLR, com a relação piso X teto chegando à diferença superior a 4 vezes.

Assim sendo, o valor mínimo da PLR ficaria limitado a 6 remunerações ou até R$ 45 mil no piso (o que for menor); e o teto do pagamento fica mantido em até 3 remunerações, podendo chegar a R$ 180 mil.

Essa proposta discrepante foge da bandeira história defendida pela FNP, que é o pagamento máximo (6,25% do lucro líquido ou 25% dos dividendos distribuídos aos acionistas) e igual para todos os trabalhadores.

Outra novidade foi que a Petrobrás também propôs a vigência de dois anos para este novo acordo de PLR (2024-2025).

“Foi uma proposta bem rebaixada, bem abaixo da expectativa, que não contempla os anseios da categoria e tampouco valoriza o trabalho que os empregados e empregadas vêm desenvolvendo ao longo dos anos, que tem resultado em alta produtividade para a Petrobrás”, pontuou Adaedson Costa, secretário-geral da FNP.

Mais um ponto decepcionante da rodada de negociação foi que as empresas subsidiárias PBIO e TBG não apresentaram propostas de PLR, sob a justificativa de que ainda negociam com a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), do governo federal, para realizar essa prática – já a Transpetro indicou acompanhar a proposta rebaixada da holding, contudo, sem ter formalizado em mesa.

Ainda sobre a Transpetro, persiste o problema de a subsidiária ter o seu resultado apartado dos números da holding, como já foi apontado diversas vezes pela FNP, de modo que os trabalhadores da empresa de logística vão receber menos, dadas as diferenciações entre os índices e a tributação.

A FNP e a própria FUP entendem que as propostas de PLR devem ser integradas entre todas as empresas do Sistema Petrobrás.

Portanto, neste momento, exigimos que a Petrobrás apresente propostas para todos os trabalhadores do Sistema – da holding, da Transpetro, da TBG e da PBIO.

Ambas as federações seguem em tratativas hoje (16/10) para traçar ações conjuntas relativas ao Fórum de Efetivo, Fórum de Terceirizados, GT de Apuração dos Contratos de Prestação de Serviços e Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS).

Fonte: FNP