unidades offshore
Na última segunda-feira (09), trabalhadores da hotelaria das unidades offshore da Petrobrás paralisaram suas atividades em busca de melhores condições de trabalho e aumento salarial. Diante disso, a Diretoria do Sindipetro-LP e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) esteve, nesta quarta-feira (11), em reunião com o gerente geral da UO-BS, solicitando uma atuação emergencial para evitar que a situação se torne insustentável. Durante a conversa, o gestor informou que foi criada uma Equipe de Operações de Resposta (EOR) para avaliar a questão e verificar possíveis soluções, como a rescisão do contrato ou a concessão de um aditivo.
A categoria, representada pelo Sindicato dos Trabalhadores de Hotelaria Embarcados nas Plataformas de Petróleo (Sinthop), é a mais mal remunerada da Bacia de Campos, além de receber o menor valor de vale-alimentação. Os direitos desses trabalhadores têm sido desrespeitados pelos donos das empresas terceirizadas que também fazem "vista grossa" para acordos coletivos vigentes.
A mobilização foi desencadeada após diversas tentativas fracassadas de negociação e pelo descumprimento de convenções coletivas já assinadas. A situação é tão precária que os trabalhadores têm seus salários descontados, mesmo quando apresentam atestados médicos. Enquanto isso, os empresários do setor continuam lucrando à custa da saúde e do esforço da mão de obra.
Há empresas de hotelaria solicitando aditivos financeiros para "equacionar seus prejuízos", alegando terem oferecido valores reduzidos para obter os contratos. No entanto, os empregados, ao pleitearem aumento salarial, são informados de que o reajuste só será possível se o aditivo for aprovado. Durante a greve, os trabalhadores estão sendo usados como moeda de troca, com as empresas pressionando a Petrobrás por mais recursos. A realidade é que os trabalhadores da hotelaria estão em uma espécie de cativeiro com as portas abertas para quem quiser sair e perder o emprego.
O Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista manifesta total solidariedade à luta desses trabalhadores, que são vítimas de um modelo de contratação precário, atualmente praticado em todo o Sistema Petrobrás. Contratos mal elaborados com empresas prestadoras de serviços, como as de hotelaria, resultam na violação de direitos básicos. Essas empresas buscam maximizar seus lucros a qualquer custo, mesmo que isso signifique prejudicar seus funcionários.
O Sindipetro-LP reconhece que, como uma categoria com histórico de lutas e mobilizações, a greve da hotelaria é uma ferramenta importante para garantir avanços em direitos e conquistas. O que não é compreensível é a conduta dos donos dessas terceirizadas que fecham contrato sem poder honrar com o que se comprometem a realizar e colocam a força de trabalho na "alça de mira" do problema e ainda por cima os obriga a se virar com o pouco que tem e isso implica em, por exemplo, efetivo reduzido e EPIs e equipamentos de segurança deficitários.
A diretoria do Sindipetro-LP tem denunciado repetidamente as condições dos petroleiros terceirizados das plataformas aos gestores da UN-BS, mas até o momento, nenhuma ação foi tomada, demonstrando a conivência com essa situação.
Chega de exploração. Essa luta também é nossa!
Imagem: Repodrução