Após três anos de luta, Alessandro Trindade tem demissão revertida e é reintegrado ao Sistema Petrobrás

Vitória

Após muita pressão das representações sindicais e da federações petroleiras que puxaram uma forte campanha de solidariedade, e da luta incessante do Sindipetro Norte Fluminense, a demissão arbitrária do diretor do Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense (Sindipetro-NF), Alessandro Trindade, foi revertida, e ele foi readmitido pela Petrobrás nesta terça-feira (27).

O dirigente foi demitido em junho de 2021 por ter distribuído cestas básicas no Campo dos Refugiados, localizado em um terreno em desuso da empresa, em Itaguaí. O episódio ocorreu em meio à pandemia. Naquele período a gestão da Petrobrás promoveu um processo de “caça às bruxas”. Dezenas de punições e perseguições ocorreram em todas as unidades da empresa, com os dirigentes sindicais sendo os alvos “prediletos” dos gestores.

Para justificar a medida, a alta cúpula se apoiou numa interpretação conveniente do Código de Conduta da Petrobrás, alegando "prática de não conformidade" na forma de "apoio à invasão de terreno de propriedade da Petrobrás". A penalização foi orquestrada sob o argumento de que o dirigente fazia parte da organização daquela ocupação, quando, na verdade, ele encabeçava o projeto Petroleiros Solidários, que distribuía cestas básicas para famílias carentes com o apoio dos trabalhadores da Petrobrás.

Em julho de 2021, o Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) interveio no caso, recomendando a reintegração de Trindade. A recomendação se baseou em convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que garantem a liberdade sindical e a proteção ao direito de sindicalização. Apesar do pedido do CNDH, a Petrobrás, sob a direção do governo Jair Bolsonaro, não acatou a solicitação na época.

Após mais de três anos afastado, Trindade retorna agora à Unidade Operacional Bacia de Campos (UO-BC), onde estava lotado antes da demissão. O Sindipetro-LP celebra a vitória e destaca a importância da união e da organização da categoria para enfrentar ataques aos direitos dos trabalhadores.

Essa conquista demonstra que a única saída é a organização da categoria contra qualquer investida que ameace os direitos dos petroleiros.

É importante que a atual gestão da Petrobrás use o caso de Alessandro Trindade e reintegre outros trabalhadores demitidos como a  companheira Leninha Farias. A petroleira foi demitida há 14 anos na Petrobrás, sob a justificativa de abandono de emprego. Leninha estava afastada do trabalho por problemas de saúde com diagnóstico de doença ocupacional e CAT emitida. Além dela existem outros trabalhadores demitidos e punidos durante os governos Temer e Bolsonaro que promoveram em larga escala perseguições e práticas antissindicais.

Seguimos na luta pela reintegração plena de todos os demitidos políticos!