Mudança na gerência do ativo da UTGCA ressuscita a política na Petrobrás de promover maus gestores

Já vai tarde!

A diretoria do Sindipetro-LP recebeu, na semana passada, com certa perplexidade, a notícia de que o gerente do ativo da Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), em Caraguatatuba, foi promovido a gerente geral do Compartilhado. Em seu lugar, assume outro gerente já conhecido pela força de trabalho, haja vista tratar-se de um empregado que já ocupou interinamente essa cadeira algumas vezes.

Por um lado, essa mudança provocou certo alívio para parte da força de trabalho; por outro, uma constatação de que a política de promoção de funções gratificadas na companhia continua a mesma, ou seja, não há critérios claros e objetivos que justifiquem essa ascensão, uma vez que a unidade passou por um período de turbulência sob a gestão desse gerente que acendeu na empresa.

Vale salientar que esse mesmo gerente promovido chegou à UTGCA há alguns anos com a fama de "gerente não bem quisto na REDUC". Não precisou de muito tempo para a turbulência aflorar também na UTGCA após sua chegada. Foram vários relatos de trabalhadores que alegavam ouvir piadinhas com colegas de trabalho, sem falar dos relatos dos empregados de que denúncias na ouvidoria nunca eram tratadas como deveriam.

É um filme que se repete. Em 2011, aconteceu fato semelhante em uma base de atuação do Sindipetro AL/SE, onde um gerente com perfil parecido criava dificuldades para o trabalho sindical. Era grosseiro, não tinha ética alguma e não sabia se relacionar com os representantes da entidade sindical. Após a promoção de um ato político nessa base, encabeçado pelo referido Sindicato, dois dirigentes foram punidos com dez dias de suspensão. As punições foram revogadas posteriormente pela Justiça do Trabalho. Ocorre que esse mesmo gestor acabou sendo promovido a uma gerência geral com aval da Diretoria da empresa. O setor de governança e compliance da Petrobrás precisa acompanhar essas movimentações. Esse tipo de promoção sem critérios não pode mais acontecer no Sistema, onde maus gerentes só "caem para cima". Esse é o sentimento da categoria e dos sindicatos.

Várias reivindicações da categoria petroleira não avançaram durante a última gestão, especialmente a questão do efetivo operacional. Não foram demandadas vagas para o setor de operação, ao contrário de outros setores onde estão chegando empregados novos, recém-admitidos de concurso público. A diretoria do Sindipetro-LP assiste a esse episódio com certa preocupação e incerteza de como as reivindicações mais urgentes da força de trabalho serão recebidas pelo novo gestor. Nossa intenção é avançar nessa e em outras pautas inadiáveis. Precisamos de mudanças concretas nas condições de trabalho e uma valorização efetiva dos empregados por parte da gestão da empresa.