Mudança de comando da Petrobrás é mais um motivo para a categoria petroleira se manter unida!

Dança das cadeiras

A engenheira Magda Chambriard foi indicada para a presidência da Petrobrás. A indicação foi oficializada, após o presidente Lula demitir Jean Paul Prates do comando da empresa, e será analisada pelo Conselho de Administração da Petrobrás.

A demissão de Prates aconteceu após uma série de desgastes entre o presidente da empresa e os ministros do governo, em especial com os ministros de Minas e Energia e da Casa Civil, Alexandre Silveira, e Rui Costa.

A principal divergência foi na destinação de dividendos aos acionistas em março deste ano. Prates defendia distribuir 50% dos recursos extraordinários, mas Silveira e o conselho discordaram.

Mas afinal, quem é Magda Chambriard? 
Magda Chambriard formada em engenharia civil pela UFRJ e mestre em engenharia química, possui especializações em engenharia de reservatórios e produção de petróleo e gás. Trabalhou na Petrobrás desde 1980, e em 2002 ingressou na Agência Nacional do Petróleo (ANP), onde foi Diretora Geral entre 2012 e 2016. 

Durante sua passagem na ANP, promoveu quatro leilões de petróleo, incluindo o primeiro leilão do pré-sal, e defendeu maior participação estrangeira na exploração do petróleo brasileiro.

Para os petroleiros, a indicação de Magda acende um alerta quanto a que cartilha irá seguir, se em prol do mercado, como foi em sua gestão na ANP e por suas declarações sobre o PPI e influência do governo na Petrobrás, ou para atender o projeto defendido por Lula durante a campanha eleitoral, que tanto a categoria se envolveu, contra o antigo governo.

De fato, assim como a categoria e sindicatos deram um voto de confiança a Jean Paul Prates, que restabeleceu um diálogo direto com os trabalhadores, da mesma forma, confirmada a indicação de Magda pelo Conselho de Administração da Petrobrás, daremos a ela o benefício da dúvida, com votos de que se aproxime da categoria, que também é sua por formação profissional e avance nas pautas que Jean Paul não conseguiu entregar até o final de seu mandato.

Dentre essas pautas, apontamos: o fim dos equacionamentos da Petros, à qual Magda é assistida e que também demonstra insatisfação, visto que tem ações contra o fundo privado dos petroleiros; a volta do patrocínio na proporção 70/30 da AMS, sendo 70 para a empresa; e o “abrasileiramento” dos preços dos combustíveis.

Um ano sem PPI – O que mudou?
Cabe aqui lembrar que em 16 de maio completou um ano do fim do PPI, e após a mudança, a gasolina ficou 6,1% abaixo da referência internacional, o diesel S-10 ficou 6,9% abaixo e o GLP 10% mais barato. No entanto, essa redução não foi suficiente para um “abrasileiramento” significativo dos preços, pois ainda há uma forte correlação com os preços internacionais. A queda nos preços das refinarias não resultou em grandes benefícios para os consumidores devido ao aumento das margens de distribuição e revenda, que subiram mais de 70% nos últimos três anos.

Para alcançar um verdadeiro abrasileiramento dos preços, a Petrobrás precisa adotar uma postura mais agressiva na redução dos preços nas refinarias, mantendo margens de lucro mais baixas e desvinculando-se dos referenciais internacionais. Além disso, é necessário reduzir as margens de distribuição e revenda para que a queda nos preços das refinarias se reflita nos preços finais à população.

Diante dos desafios que se avizinham com a mudança de comando da empresa, a categoria petroleira deve estar unida e atenta aos chamados dos sindicatos para que juntos possamos pressionar a empresa a valorizar seus funcionários e cumprir o plano de governo apresentado por Lula para a Petrobrás, durante sua campanha, e pelo qual os trabalhadores se envolveram e defenderam, apesar da gestão bolsonarista assediadora que se encontrava e ainda se vê resquícios dentro da empresa.

À Magda Chambriard, nossos votos de sucesso e de alinhamento com os anseios da categoria petroleira!