Operadores de Pilões cruzam os braços por quadro operacional reduzido e falta de segurança na unidade

Em Cubatão

Na manhã desta sexta-feira (03) trabalhadores do turno do Terminal de Pilões atrasaram a entrada em função da falta de segurança na unidade e do quadro mínimo reduzido. Essa situação obriga os supervisores, e até mesmo coordenadores, a assumirem as funções de técnico de operação. Prova disso, é que na noite de ontem (2) um gestor, sem preparo e conhecimento algum, assumiu o turno por falta de efetivo. 

A operação não pode garantir a segurança operacional com o quadro reduzido e sendo "tocada" dessa forma. O número reduzido de operadores e as sucessivas dobras aumentam os riscos de acidentes e diminui uma resposta rápida em caso de emergência, colocando a planta e a força de trabalho em risco. A situação é grave e, mesmo assim, não há a menor perspectiva de reposição da mão de obra em curto prazo.  Como se não bastasse toda essa carência de mão de obra, os gestores da unidade se negam a reconhecer a necessidade de reposição do efetivo.

Na atual gestão, parece que alguns gestores ainda seguem a cartilha anterior. Prova disso é o atual concurso, cujo edital foi assinado pela nova gestão, que prevê poucas vagas para os terminais. Na última reunião com a direção da empresa, foi oficialmente informado que apenas um operador será providenciado para o terminal de Pilões neste concurso. No entanto, considerando os indícios e os números de horas extras praticadas nos últimos anos, é sabido que precisamos de, no mínimo, 10 operadores - ou seja, 2 operadores para cada turno de trabalho - para evitar o tipo de colapso que ocorreu na noite de ontem.

Os trabalhadores estão exaustos de colaborar com a gestão para manter um quadro de segurança, sacrificando suas folgas. É imprescindível que a Transpetro contrate todos os aprovados no último concurso para que possam ser treinados e acabar com essa situação de insegurança. O que é necessário para que isso ocorra? Um acidente? O Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista está pressionando por isso. Caso contrário, será inevitável organizar uma greve nos três terminais. 

No Litoral Paulista, os terminais da Alemoa, em Santos, e Tebar, em São Sebastião, também passam pelo mesmo problema, fruto das últimas gestões que, além de sucatear as unidades, não promoveram concursos para repor efetivo que se aposentaram e saíram do Sistema com os sucessivos PDVs.

Os contratados também aderiram ao movimento, preocupados com a possibilidade de a alta gerência transformar o terminal em uma unidade de bombeamento autônoma, como já acontece em Guaratuba, no Litoral Norte, onde a operação é realizada sem mão de obra. Essa transição pode impactar tanto os funcionários próprios quanto os contratados. A falta de transparência em relação a essa mudança, se ela ocorrerá ou não, e qual será o planejamento, é uma preocupação crescente. Pilões apresenta uma complexidade maior do que Guaratuba, com uma quantidade de ramais que, segundo relatos dos operadores, é significativamente maior.

A direção do Sindipetro LP já deixou clara a posição dos trabalhadores perante a gerência: não aceitaremos esse quadro reduzido. Os trabalhadores de Pilões já demonstraram a sua disposição de luta!