70 anos de história!
Diversas categorias de trabalhadoras e trabalhadores, incluindo os petroleiros, assim como movimentos sociais, como os Sem Terra, estudantes, pequenos agricultores, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), entre outros, lotaram o Centro do Rio de Janeiro nesta terça-feira, 3 de outubro. Mais de duas mil pessoas saíram às ruas em um ato unificado em defesa das estatais, pela reconstrução da Petrobrás e pela retomada do Estado Brasileiro.
O dia escolhido para a mobilização não foi por acaso: há 70 anos, em 3 de outubro de 1953, o presidente Getúlio Vargas criou a Petrobrás através da Lei 2004, que instituía o monopólio estatal da exploração, refino e transporte do petróleo.
O ato teve início em frente à Eletrobras e seguiu em uma caminhada até a Praça da Candelária, onde se uniu a outro grupo e culminou em um ato político em frente à sede da Petrobrás.
Embora seja uma ocasião para celebrar, é de suma importância que a Petrobrás passe por um processo de reconstrução urgente. Nos governos Temer e Bolsonaro, a empresa foi imprudentemente esgotada, com a venda de ativos a preços muito inferiores aos seus valores de mercado, enquanto os "lucros" dessas transações foram distribuídos como dividendos, enriquecendo os acionistas. No total, mais de R$ 290 bilhões em patrimônio foram entregues à iniciativa privada.
Com o retorno de Lula ao governo federal, a Petrobrás foi excluída do Programa Nacional de Desestatização, juntamente com outras empresas estatais, eliminando o "fantasma" da privatização. Infelizmente, isso não intimidou o atual governo de São Paulo, liderado por Tarcísio de Freitas, que segue a cartilha privatista do governo anterior, que está buscando privatizar a Sabesp, Metrô e CPTM sob a falácia de que haverá melhorias nos serviços. Esse tipo de argumento caiu por terra com as inúmeras provas de ineficiência de empresas privadas que cometeram crimes ambientais, como os causados pela Vale em Brumadinho e Mariana, que ceifaram vidas, e com a alta dos preços dos combustíveis das refinarias privatizadas, que chegaram a ser 23% mais caros do que os produzidos pela Petrobrás.
O ato terminou em frente ao prédio sede da Petrobrás e mostrou que o dia 3 de outubro foi marcado pela luta e pela retomada da "voz" da classe trabalhadora e dos movimentos sociais em defesa do país.