Melhorou em que?
A Petrobrás informou nesta semana que vai convocar 2.170 aprovados em dois concursos, realizados em 2021 e 2023, zerando o cadastro de reserva da companhia.
Uma excelente notícia, mas ainda estamos longe de recompor a defasagem do efetivo que a empresa enfrenta desde que seu desmonte e privatização se aprofundaram, a partir de 2015.
Desde 2014, a Petrobrás já perdeu quase 50% do seu efetivo de empregados próprios (concursados). Dos 80 mil trabalhadores que existiam, restam atualmente apenas cerca de 45 mil. Há anos, organizações sindicais reivindicam novos concursos, pois a defasagem de vagas compromete, entre vários fatores, a seguranças nas unidades de trabalho.
É gritante como o desemprego atingiu muito mais o trabalhador da Petrobrás do Nordeste do que o de outras regiões. Esse é um sintoma importante para enxergamos como a privatização aprofunda as desigualdades regionais já existentes em nosso país.
Por que isso ocorreu?
O Nordeste foi campeão em volume de vendas, respondendo por 42% das unidades privatizadas pela empresa no Brasil. A Petrobrás se desfez de duas refinarias nessa região, além de inúmeros campos de exploração de petróleo e gás e usinas eólicas. O estado mais atingido foi a Bahia, com 14 ativos vendidos, e logo depois vem o Rio Grande do Norte, que teve 11 privatizações.
Para combatermos as desigualdades e termos um Brasil forte e independente dos interesses estrangeiros, que sugam nossas riquezas desde os tempos da colonização, é urgente a reestatização da Petrobrás. Precisamos reconquistar os empregos perdidos e ir além, expandir nossa atuação na transição energética, estimulando novos investimentos e um novo futuro para nosso país e o mundo.
Fonte: OSP