Petroleiros da RPBC  contra insegurança no laboratório e em apoio à greve dos trabalhadores da Lubnor!

Dia de Luta!

Nesta terça-feira (27), o Sindipetro-LP realizou, juntamente com os petroleiros do turno e ADM da RPBC e UTE Euzébio Rocha, protesto contra as condições inseguras do laboratório da refinaria. A data de hoje foi tirada após setoriais com os petroleiros da refinaria e UTE, que debateram sobre os problemas nas unidades. 

A mobilização na refinaria acontece na mesma data em que estão sendo realizados atos nacionais em apoio à greve dos trabalhadores da Lubnor, no Ceará, que estão lutando contra a venda da unidade, aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), para o grupo Grepar Participações. 

Interdição do Laboratório é culpa da atual gestão da RPBC
Há pelo menos 15 anos o Sindipetro-LP pede a construção de um novo laboratório com sistemas de drenagem e exaustão eficientes, um sistema hermético de lavagem de vidrarias, além do tratamento dos gases da exaustão do laboratório com a neutralização da ação desses contaminantes.

O problema do laboratório é tão grave que alguns trabalhadores já apresentaram alteração em seus exames de urina que identifica por marcador biológico os elementos químicos Fenol, Cádmio, Mercúrio, Acetona, Arsênico, Flúor e Metanol graças à exposição a benzeno e hidrocarbonetos e várias outras substâncias no ar. Esta situação de insegurança se arrasta desde os primeiros anos de sua inauguração, na década de 80.

Mais do que os reparos de “última hora”, os trabalhadores exigem um novo laboratório, mas também a mudança do comando da refinaria, que teve cinco anos para realizar melhorias, mas só fizeram piorar a degradação do laboratório, a ponto da justiça determinar a interdição do setor e a transferência dos técnicos para outras refinarias, sob pena de multa diária por descumprimento.  A Petrobrás conseguiu suspender temporariamente a interdição, mas que poderá acontecer após uma nova perícia no local.

Ato em apoio aos trabalhadores da Lubnor, em greve contra venda da refinaria
O deterioração do Laboratório da RPBC e a venda da Lubnor são partes do mesmo problema, uma empresa nas mãos de gestores entreguistas, que não se opuseram ao desmonte da Petrobrás e aceitaram fazer o jogo sujo dos privatistas.

Ainda há pendências a serem resolvidas no processo de venda da refinaria, mas somente a organização dos trabalhadores poderá impedir a venda da Lubnor. A transação vergonhosa aprovada pelo Cade fecha o acordo em US$ 34 milhões o que equivale a 55% abaixo do valor de mercado da empresa. Outra questão não resolvida na negociação é fundiária. De acordo com prefeito de Fortaleza, Sarto Nogueira, 30% do terreno da refinaria é do município, equivalente a 60 mil m², e não houve autorização para a venda.  

A Lubnor é conta com mais de 500 funcionários e desempenha um papel fundamental na produção de asfalto no país, contribuindo com cerca de 10% do total. Além disso, a unidade é especializada na fabricação de lubrificantes naftênicos. Sua refinaria tem a importante função de fornecer combustíveis e produtos derivados para todos os estados do Nordeste, bem como abastecer os estados do Amazonas, Amapá, Pará e Tocantins. A unidade possui capacidade de processamento de 8 mil barris de petróleo pesado por dia.

Apesar das mudanças positivas que o novo governo Lula começou a fazer na empresa , é preciso que o novo comando da Petrobrás, presidido pelo senador Jean Paul Prates, tire da direção de todas as unidades do Sistema Petrobrás gestores que prejudicaram a empresa nos últimos anos, promovendo deliberadamente a destruição do patrimônio da Petrobrás para justificar interdição, terceirização e venda.

Diante da luta que se impõe, os petroleiros do Litoral Paulista se unem aos atos contra a venda da Lubnor e se colocam na luta para defender os empregos e a empresa!