gestão da Petrobrás se prepara para oferecer serviço de captura de carbono (CCS) a indústrias

Novo negócio

A Petrobrás vê a captura de carbono (CCS) como um novo negócio e não só como mecanismo para reduzir suas emissões, disse o gerente executivo de Reservatórios, Tiago Homem, durante a Offshore Technology Conference (OTC).

A companhia estuda cria um projeto piloto de captura de carbono a partir do terminal de Cabiúnas, em Macaé (RJ), uma das bases da principal província petrolífera do país.

Além de inaugurar um novo serviço e testar a solução, a companhia espera com o projeto criar as bases práticas para a regulação dessa atividade no Brasil.

“Vai ser um projeto importante também pra gente fazer um balão regulatório. Nós precisamos desenvolver a regulação do país”, disse Homem.

“Hoje a captura não é regulamentada. Se faz no pré-sal por conta de dessa associação com a produção de petróleo. Injeta gases e CO2 para aumentar a produção de petróleo. Isso naturalmente é bem regulado. O que ainda não é regulado é a captura e estocagem de CO2 em reservatórios hipersalinos.”

A Petrobras reinjeta CO2, além de água e gás natural nos reservatórios do pré-sal para elevar a recuperação de óleo. Tiago Homem participa da Offshore Technology Conference (OTC), em Houston, Texas (EUA).

Meta é criar de serviço de captura começando pelo Rio
O piloto de Cabiúnas ainda está em fase de estudos e depende de análises complementares. A ideia é instalar a capacidade de captura de 100 mil toneladas por ano de carbono, que serão injetados em um aquífero hiperssalino no offshore do Rio, condição geológica favorável para aprisionar o CO2.

Pela grande concentração de sal, esse tipo de acumulação de água não tem uso na agricultura e nem serve para consumo humano.

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Em seguida, o objetivo é criar um hub de CCS no Rio de Janeiro, que reúna grandes emissores industriais — os clientes potenciais do serviço prestado pela Petrobras. Esse hub do Rio terá capacidade para 25 milhões de toneladas por ano e companhia está estudando outros pontos no país.

“O projeto consiste em criar uma infraestrutura de escoamento do CO2 a partir de locais de captura em instalações industriais – até seu armazenamento permanente feito em um reservatório abaixo do leito marinho”, explicou a empresa. Entre os setores citados, estão a indústria de cimento e siderúrgicas.

Fonte: EPBR