1º de maio
O 1° de Maio, Dia do Trabalho, ou melhor, Dia do Trabalhador, é uma data importante do calendário de luta da categoria que alavanca o desenvolvimento do país. A data, que relembra uma grande greve nos Estados Unidos, em 1886 e que foi violentamente reprimida pela polícia, é um dia de exaltação da classe trabalhadora, que merece toda valorização, mas que durante os demais dias do ano sofre repetidos golpes, como retirada de direitos, salários e condições de trabalho indignas e falta de representatividade na política brasileira.
Política essa que é em sua maioria patronal e que responde diretamente a interesses corporativos, principalmente do agronegócio, da indústria armamentista, dos planos de saúde e tantos outros, que financiam campanhas políticas.
Vimos nos últimos anos o desemprego crescer no Brasil e o aumento de empresas por aplicativos explorando entregadores, motoristas, profissionais dos mais variados ramos tendo que se sujeitar a receber taxas por serviços prestados, tendo que dividir parte de seus ganhos com essas empresas, que não dão nenhuma assistência quando seu “colaborador” se acidenta, por exemplo.
Vimos também crescer o número de “desalentados”, pessoas que não mais se declaram desempregadas, simplesmente deixaram de procurar emprego, e que por baterem a cara na porta por muitas vezes, desistiram de entregar currículo, passar por entrevistas e seletivas.
Apesar dos ataques que a classe trabalhadora vem sofrendo nos últimos anos, chegamos até aqui e de forma democrática, com muita luta e organização, tiramos um presidente elitista, que passou quatro anos de seu governo favorecendo os donos de grandes fortunas, tirando dos direitos dos trabalhadores para manter seus privilégios e se manter no poder.
Neste 1° de Maio, diferente dos últimos seis anos, temos motivos para comemorar. Elegemos um programa de governo que promete reparar alguns retrocessos impostos nesses últimos anos, como perdas da reforma trabalhista e previdenciária, que ainda que não sejam revogadas, pois para isso teríamos que ter no senado e congresso uma maioria de representantes alinhados com a luta dos trabalhadores, devem ser revistas para amenizar a vida da população brasileira.
Porém, assim como foi uma tarefa difícil derrotar Jair Bolsonaro nas urnas e com ele todo um projeto de retirada de direitos dos brasileiros, reconquistar o que perdemos não será tarefa fácil e não virá de mãos beijadas.
Devemos manter a organização que construímos nesses anos e tomar como exemplo o que fizemos em Cubatão, criando uma tabela única salarial, que garantiu salários justos aos terceirizados da RPBC, mesmo com uma gestão bolsonarista no comando da Petrobrás.
Foram muitas mobilizações, paralisações, dias de greve, tudo feito com muita consciência e disposição de luta.
Ainda há muito o que se fazer diante de tantos retrocessos que ocorreram nos últimos seis anos. Será com esse espírito de luta que temos e cultivamos que vamos garantir a inserção das mulheres no pólo industrial, acabando de uma vez por todas com as desculpa de falta de estrutura por não ter vestiários adequados, que as empresas respeitem essas trabalhadoras e criem condições necessárias para recebê-las; que queremos garantia do primeiro emprego aos jovens, que saem formados das escolas técnicas e procuram uma oportunidade do primeiro emprego; que reaveremos o café da manhã e todas as refeições necessárias na refinaria, com a mesma qualidade para próprios e terceirizados; que conseguiremos planos de saúde e dental para o trabalhador, sua esposa e filhos; e finalmente, faremos do polo industrial de Cubatão um impulsionador da economia do país, com oportunidade para todos, qualificação profissional, salários e condições dignas para todo trabalhador!
Que o Dia do Trabalhador seja para reforçar sua consciência e importância na reconstrução do país, mas mais do que isso, seja de tranqüilidade ao lado de seus familiares e amigos e de esperança, pelo que ainda há de vir.
Feliz Dia do Trabalhador!