Abril Verde busca conscientizar sobre saúde, segurança e prevenção de acidentes no ambiente de trabalho

Campanha

No mês de abril é comemorada a campanha “Abril Verde”, que tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância da prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Essa campanha foi criada com o intuito de alertar sobre a necessidade de se ter um ambiente de trabalho seguro e saudável para todos os trabalhadores. O movimento, promulgado pela Lei nº 11.121/2005, também é uma forma de lembrar o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças Relacionadas ao Trabalho, que é celebrado em 28 de abril.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), todos os anos ocorrem cerca de 2.78 milhões de mortes relacionadas ao trabalho ao redor do mundo. Além disso, estima-se que haja cerca de 374 milhões de acidentes de trabalho não fatais a cada ano. No Brasil, entre os anos de 2012 a 2022, 25.492 mil trabalhadores perderam suas vidas em decorrência de acidentes de trabalho, de acordo com dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho – SmartLab, desenvolvido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Nesse período de 10 anos, foram registrados mais de 6 milhões de CAT’s – Comunicações de Acidentes de Trabalho.

Nesse sentido, o Abril Verde se torna uma importante iniciativa de conscientização para empregadores, trabalhadores e sociedade em geral sobre a importância de investir em medidas de segurança e saúde no trabalho. Essas medidas incluem a adoção de práticas seguras, a realização de exames médicos regulares e o uso adequado de equipamentos de proteção individual (EPI’s). 

Um exemplo foi quando houve o incêndio nos terminais da Ultracargo, no dia 2 de abril de 2015, onde imagens das câmeras de segurança da empresa revelaram que os funcionários levaram mais de dois minutos para conseguir entrar na sala que continha os EPI’s de combate a incêndio, pois as chaves não estavam penduradas na parede como deveriam.

Vale ressaltar que os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais não afetam apenas a saúde dos trabalhadores, mas também trazem impactos negativos na economia e na sociedade como um todo. Além do sofrimento humano, essas ocorrências resultam em custos financeiros elevados, como gastos com tratamentos médicos, afastamentos e perda da produtividade.

Petrobrás
A Petrobrás tem uma longa lista de acidentes em plataformas e unidades da companhia. Podemos citar a explosão na P-36 na Bacia de Campos em 2001, que vitimou 11 pessoas. Também na Bacia de Campos, a queda de um helicóptero que prestava serviços a empresa resultou na morte de cinco pessoas, em 15 de julho de 2003. 11 anos depois, em 21 de agosto de 2014, o funcionário da Petrobrás Antônio Rafael Santana morreu por queimaduras na Refinaria Isaac Sabbá (Reman), em Manaus, quando fazia a inspeção de uma bomba defeituosa. 

Além disso, os petroleiros estão constantemente expostos a múltiplos agentes cancerígenos. Na Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), em Cubatão, os trabalhadores do Coque e URC diariamente lidam com benzeno, gás natural, petróleo, césio 137, chumbo tetraetila, entre outros. Em uma pesquisa do Departamento de Saúde do Sindipetro-LP, foi apurado que os casos de câncer na categoria petroleira é superior ao da Baixada Santista, e muito devido a negligência da empresa com a segurança principalmente durante os governos de Temer e Bolsonaro, que preferiam enriquecer os acionistas ao invés de garantir a segurança e saúde do trabalhador. É preciso cobrar que o novo governo Lula e o atual presidente da Petrobrás, Jean Paul Prates, valorizem a segurança e saúde da categoria.

É fundamental que as empresas adotem uma cultura de prevenção e que os trabalhadores sejam informados e capacitados para lidar com situações de risco. Treinamentos, campanhas educativas e inspeções regulares podem ajudar a reduzir a ocorrência de acidentes e doenças ocupacionais.
    
Fontes: Fundacentro, Sesi, Gazeta do Povo