Sindipetro-LP cobra reposição do efetivo e denuncia irregularidades nas plataformas e Valongo

Reunião com RH da UO-BS

No dia 17 de fevereiro, o Sindipetro-Litoral Paulista teve reunião com o RH da UO-BS, para tratar das demandas específicas dos trabalhadores das plataformas. Muitas das demandas apresentadas já haviam sido passadas ao RH, mas retornamos a cobrança para que agilizem as soluções, pois a cobrança da categoria é diária. Muitos dos casos apresentados foram em conseqüência da má atuação de gestores, que não se preocupam com o problema dos trabalhadores e preferem prevaricar para alcançar os resultados para bater metas e receberem abonos.

Estacionamento do Edisa durante embarque
Perguntamos para a gerência o motivo da proibição do uso do estacionamento do Edisa para petroleiros que embarcam, sendo que sempre foi liberado, até que veio o impedimento em abril de 2022.
O sindicato pontuou que o estacionamento está sendo subutilizado, com poucos carros no local, sendo assim, nada justifica esse impedimento.

O estacionamento comporta um número maior de veículos, mas a empresa prefere expor seus funcionários aos riscos e custos de estacionar em outros locais. Mesmo com inúmeras ocorrências de furtos de motos de trabalhadores terceirizados do Edisa, a empresa ainda assim não permite que deixem seus veículos no estacionamento. Além disso, o espaço é importante, pois os petroleiros que trabalham embarcados vãos até o Edisa para pegar o transporte para a ida ao aeroporto.

O gerente de RH ficou de verificar a possibilidade de atender essas demandas, e entende que não existiria problema, caso fosse feito a comunicação com reserva, procedimento já adotado no Edisa. Estamos aguardando uma resposta.

Teletrabalho no Edisa
O sindicato perguntou se a gerência já recebeu alguma informação de que todos voltariam ao trabalho presencial após a fala do novo presidente da Petrobrás. Por enquanto, o gerente disse que não há novas orientações, e o teletrabalho continuará acontecendo.

Internet em Mexilhão
O sindicato solicitou melhoria da internet na plataforma de Mexilhão, inclusive foi constatado pelos próprios diretores durante embarque em fevereiro e pela própria comitiva do Ministério Público do Trabalho, que incluiu a informação em seu relatório, que nos camarotes a condição de internet é péssima. A empresa informou que está para substituir a tecnologia da internet em Mexilhão.

Efetivo noturno nas plataformas
Assim como constatado pelo sindicato durante o embarque na operação Ouro Negro na plataforma de Mexilhão, e também constatado na P-66 e P-67, o efetivo operacional noturno não atende a demanda de trabalho, pois por conta de falta de efetivo existe acúmulo de função entre duas áreas para um mesmo operador. O sindicato entende que isso se deu na crise da pandemia em que muitos foram afastados. No entanto, esse é o momento de restabelecer e garantir todos os postos de trabalho com operadores.

Treinamento da Base nas plataformas
Durante embarque em Mexilhão, o sindicato recebeu a informação de que nem todos os operadores da sala de controle remoto (SCR) conhecem a plataforma in loco. Para o sindicato é importante a interação e conhecimento da plataforma in loco, considerando que é uma plataforma vertical e também considerando que a segurança da unidade necessita de treinamento e conhecimento pleno da localização de todos os equipamentos.

Conservação e pintura nas plataformas
O sindicato pontuou que a atividade de conservação, pintura e lubrificação dos equipamentos e tubulações das plataformas não fazem parte do escopo da operação.

Foi observado durante as visitas do sindicato nas plataformas de Mexilhão, P-66 e P-67 que a empresa forneceu aos operadores latas de tintas, equipamentos de lixa para retirada de ferrugem, pincéis, lubrificantes, o que seriam itens para as atividades do profissional de manutenção, não cabendo aos operadores realizarem suas próprias tarefas e realizar a conservação da embarcação. O sindicato entende que isso é acúmulo e desvio de função de atividade, e que a empresa está criando um passivo trabalhista, pois os trabalhadores não recebem nenhum tipo de adicional para acumular função. Há também situação de acúmulo de atividades, porque em muitas noites as plataformas ficam com postos de trabalho desguarnecidos. O sindicato solicitou que seja cancelada imediatamente essas atividades que estão sendo passadas pela gerência.

Demora na liberação de compra de passagens
Os trabalhadores das plataformas reclamaram da demora na liberação da compra de passagens, que por motivos diversos, como condições climáticas ou outras situações em que obriga o adiamento do desembarque, a saída só ocorre no dia seguinte. Esse problema ocorre quando o desembarque acontece após 14 dias. Os vôos geralmente partem do aeroporto de Santos Dummont, e há relato de trabalhador que esperou das 8h às 18h para pegar o vôo, chegando no Edisa Valongo depois das 22h, perdendo um dia inteiro de folga por não ter ninguém para adiantar a compra da passagem. 

Para o sindicato, isso ocorre, pois a tarefa de autorizar a compra das passagens é do gerente geral (GG), que tem muitas atribuições ao longo do dia e acaba demorando para autorizá-las. Essas passagens compradas para outro dia são chamadas de “passagens emergenciais”, e são liberadas apenas pelo gerente geral, que precisa fazer isso até as 13h, mas muitas vezes acaba não conseguindo.

O problema seria facilmente resolvido se a liberação fosse feita por um profissional próprio, que reagendaria os vôos em tempo muito menor do que o gasto pelo GG. 

Problemas no contrato da Hotelaria de MXL
Durante a vistoria da Operação Ouro Negro na plataforma de Mexilhão, o sindicato recebeu muita reclamação, que também foi repassada ao Ministério Público do Trabalho, sobre o serviço de hotelaria aos embarcados. O sindicato cobrou na reunião com o RH que melhorem o contrato com a empresa que presta o serviço de hotelaria, principalmente com relação ao efetivo, que não é suficiente e no que diz respeito à alimentação fornecida na plataforma, pois muitas vezes faltam insumos básicos para o preparo das refeições, assim como alguns tipos de alimentos. 

Os trabalhadores reclamam também sobre as condições de trabalho dos funcionários da empresa, que recebem baixos salários, o que é uma insatisfação geral de todos os empregados. Não bastassem os baixos salários, recebemos denúncias de desconto em folha de pessoas que tiveram que faltar por ter pegado covid. Para reforçar a cobrança dos trabalhadores, o sindicato recebeu um documento assinado por todos os empregados da plataforma, em que apontam a insatisfação com o contrato da alimentação, e chamando a atenção para a fiscalização do gerente de contrato, que fica em terra e não convive com os trabalhadores a bordo, portanto não compreende os problemas relatados pela categoria. O sindicato entregou uma cópia do abaixo assinado ao Ministério Público do Trabalho, e durante a reunião com o RH, pediu uma reunião exclusiva com o gerente de contrato de hotelaria de Mexilhão.

Exames periódicos na folga
O sindicato questionou o RH sobre alguns exames específicos que fazem parte do periódico do trabalhador, que precisam ser feitos em clínicas em terra, pois o contrato com a UO-BS não prevê exames a bordo ou no aeroporto. Acontece que nessas ocasiões o trabalhador é obrigado a fazer os exames, necessários para liberação do ASO, durante sua folga, quando estão desembarcados. O sindicato entende que o apontamento para essas situações deve ser o código 2040, que foi confirmado pelo RH. No entanto, o sindicato alertou o RH que tem gerência dentro da plataforma de Mexilhão que não permite que seja colocado esse código no apontamento do funcionário.

Serviço de Saúde a bordo
Durante a reunião com o RH o sindicato cobrou que ao menos dois técnicos de enfermagem fiquem de plantão embarcados, um para trabalhar durante o dia e outro a noite. Solicitamos que isso ocorra tão logo saia o resultado do concurso em andamento, pois não é aceitável que apenas um técnico de enfermagem trabalhe sozinho, tendo que muitas vezes ser acordado durante a noite para realizar algum atendimento, coisa que se tivesse mais um a bordo não haveria esse problema. O que dizer se o técnico de enfermagem adoecesse a bordo? Certamente a plataforma ficaria sem ninguém capacitado para realizar algum atendimento, muito mais em caso de emergência.

CIPLAT MXL
Os trabalhadores de Mexilhão reclamaram ao sindicato, que as demandas repassadas ao CIPLAT não estão mais sendo respondidas e fixadas no mural de avisos. Os trabalhadores levavam demandas para a CIPA, ou relatavam algumas situações de condições de trabalho, como risco de acidentes, dentre outros, na caixinha de comunicação com a CIPLAT, mas perceberam que nos últimos dois meses na receberam as respostas, que eram afixadas no quadro de avisos. Solicitamos ao RH que retornem a disponibilizar as respostas no quadro de aviso da plataforma.

Limite para compras rápidas
O sindicato relatou ao RH que o limite de compras da plataforma de Mexilhão é baixo e não recebe reajuste faz tempo. Com isso é preciso esperar muitos meses para comprar itens necessários, que acabam fazendo falta no dia a dia. Pedimos para o RH analisar a possibilidade de aumentar o valor para essas compras menores, mas que são necessárias para a plataforma.

Salários incompatíveis nas contratadas
Recebemos durante os três embarques nas plataformas P-66, P-67 e Mexilhão, várias denúncias de empresas que prestam serviços a bordo e estão com salários incompatíveis com a função. A defasagem vai desde o empregado da hotelaria até o pessoal que trabalha na manutenção e apoio na produção das plataformas. Como exemplo, podemos citar o salário de profissional técnico em química e profissional técnico em mecânica, que recebem um salário base de R$ 2000, contrariando o piso de suas categorias que não recebem adicionais offshore.
 
Passados mais 20 dias em que o sindicato se reuniu com a empresa, aguardamos resposta do RH para outras demandas que não foram respondidas durante a reunião.