Implantação de regime de turno “trapizonga” explora motoristas e escancara passivo trabalhista

Gata fazendo a festa

Mais uma gata fazendo a farra nos terminais da Transpetro no Litoral Paulista. Uma terceirizada responsável pelo transporte resolveu implantar um novo regime de turno aos motoristas de maneira unilateral, sendo uma afronta ao que sobrou dos direitos trabalhistas. Os trabalhadores são obrigados a cumprir tabela 6 X 1 considerando  6h diárias de jornada, porém a contagem das 6h de jornada se dá em dois períodos seccionados e da seguinte forma: o motorista inicia sua jornada às 05h em direção a residência do primeiro passageiro, somente após o embarque do mesmo é que se inicia a contabilização das horas trabalhadas que se interrompe a partir do momento em que deixa o último passageiro por volta das 09:00. Essa rotina reinicia no período da tarde a partir das 17h e se estende até por volta das 21h, ou seja, entre 09h e 17h há suspensão unilateral do contrato de trabalho, bloqueando praticamente o dia inteiro do motorista, mas contabilizando apenas 6h de trabalho.
 
A contagem das horas trabalhadas em uma jornada de 6h é dividida em duas etapas, 3h de manhã e após uma suspensão contratual de umas 7h, reinicia-se para mais 3h de trabalho. Com essa “trapizonga” de regime e o acordo coletivo feito por um sindicato escolhido pelo patrão, sem anuência dos motoristas, abre margem para se praticar inúmeras maldades contra os motorista que dependem do trabalho para sobreviverem.

A própria fiscalização da Petrobrás chancelou o método, mesmo os motoristas não terem participado de nenhum acordo com o sindicato apresentado pela empresa contratada. Se a fiscalização continuar com essa aberração um novo passivo será criado com essa exploração e o molho vai sair mais caro que o peixe.

O Sindipetro-LP tem batido exaustivamente na situação dos terceirizados no Sistema Petrobrás. A política de contratação é deficitária, preza apenas pelo lucro máximo, sem pensar nos trabalhadores, numa política constante de rebaixamento salarial, demissões e condições precárias de trabalho. Não se escolhe mais quem oferece o melhor serviço, mas quem apresenta o menor valor. As consequências são evidentes: empresas aventureiras entram na Petrobrás e lucram à custa do sofrimento alheio, com a anuência da fiscalização. Trabalhadores não são tratados como gente de carne e osso, com família e sentimentos, mas como números.