Centenas de trabalhadores terceirizados protestam por melhores salários na Refap, em Canoas

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Cerca de 300 trabalhadores de empresas terceirizadas da Petrobrás protestaram pacificamente na manhã desta segunda-feira em frente a uma das entradas da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), na avenida Antônio Frederico Ozanam, bairro Brigadeira, em Canoas, contra medidas que consideram arbitrárias das companhias. Vindos de estados como Rio de Janeiro, Bahia, entre outros, eles afirmam que o salário pago pela Petrobras é cerca de 30% menor do que em locais como as refinarias Duque de Caxias (Reduc), no Rio de Janeiro, Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, e Landulpho Alves (RLAM), na Bahia.

Os funcionários fazem parte do contingente contratado para atuar em paradas de manutenção das refinarias em todo o país, como a que foi iniciada pela Refap hoje, e com duração prevista de três meses. Nela, a Petrobrás anunciou um investimento de R$ 450 milhões. Além da equiparação dos vencimentos mensais, eles pedem o cumprimento de outras sete demandas, como ajuda de custos no valor de R$ 1,5 mil, reembolso dos vales-transporte de ida e volta, vale-refeição no valor de R$ 1,3 mil, R$ 350 de horas-prêmio e participação nos lucros e resultados (PLR).

Uma assembleia foi convocada ainda para a manhã de hoje para negociar com as empresas. “Onde eles trabalham, como em São Paulo, Rio, Minas Gerais e Espírito Santo, todos os valores são bem mais altos do que em Canoas. A Petrobrás paga o valor igual para as empresas. Por que aqui tem que ser menos?”, questionou o diretor do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Porto Alegre (Stimepa), Marcelo Jurandir, presente na manifestação, assim como o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil de Porto Alegre (STICC).

“As empresas estão mandando mensagem para as pessoas, dizendo que, se o pessoal não entrar, não vai receber isto ou aquilo. E se não entrarem, vão ficar ‘queimados’ na Petrobrás, na própria empresa. Somente estamos cobrando nossos direitos”, disse o funcionário Matheus Henrique Santos Silva, de Feira de Santana, na Bahia. Ezequias Rodrigues, morador de Canoas, reclama que precisa caminhar um quilômetro e meio para pegar o ônibus, já que a empresa não fornece transporte, segundo ele. 

“Não quiseram colocar perto da minha casa. Isto está defasado, está horrível demais”, afirmou. O protesto teve acompanhamento da Brigada Militar (BM). Não houve tumulto, mas os manifestantes, em sua maioria trajados com as roupas de trabalho, tomaram praticamente toda a via, uma das principais de acesso aos terceirizados à Refap. Procurada, a Petrobrás afirmou que "realiza a contratação de prestação de serviços e que não interfere nas relações entre as empresas contratadas, seus trabalhadores e sindicatos". Afirma também que "está em dia com todas suas obrigações em relação aos contratos de prestação de serviços ligados à Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em conformidade com a legislação vigente", e que as atividades da parada programada de manutenção na Refap estão em andamento conforme o planejado.

Fonte: Correio do Povo
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