Sindipetro-LP participa de ato contra demissão de dirigente sindical pelo Grupo A Tribuna em campanha salarial

Justiça!

Diretores do Sindipetro Litoral Paulista participaram nesta quinta-feira (10) de um protesto em frente a sede do Grupo A Tribuna de Santos, promovida pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), contra a demissão do jornalista Sandro Thadeu, repórter do jornal A Tribuna e diretor regional do SJSP.

O ato teve início às 12h, na porta da empresa. O jornalista demitido pelo grupo A Tribuna goza de garantia de emprego prevista em lei como dirigente sindical. Sandro trabalhou no jornal nos últimos 14 anos e 5 meses. O aviso de sua dispensa foi entregue na segunda-feira (7).

O SJSP entrou em contato com a empresa solicitando reunião para discutir o problema e tentar reverter a decisão. No entanto, na tarde de quarta-feira, a empresa reafirmou sua decisão recorrendo, novamente, à tradicional postura antissindical. O departamento jurídico do sindicato entrará com ação na Justiça.

Durante sua participação no protesto, o coordenador do Sindipetro-LP, Marcelo Juvenal Vasco falou sobre a perseguição que a gestão bolsonarista no comando da Petrobrás também emprega sobre os  dirigentes sindicais dos petroleiros, barrando a entrada de diretores nas unidades e principalmente processando os representantes por sua atuação em defesa dos direitos dos trabalhadores. Juvenal relatou a vitória do sindicato contra uma ação que responsabilizava os diretores e pedia indenização de cerca de R$ 40 mil reais por terem usado a marca BR em máscaras faciais que o Sindipetro-LP produziu para distribuir nas unidades com mensagem contra a privatização. A ação do sindicato pretendia suprir a falta de distribuição de máscaras nas unidades Petrobrás abrangidas pelo sindicato, coisa que a empresa se negou a fazer no início da pandemia. Além de impedir a distribuição das máscaras, os gestores da companhia se negaram a agir em defesa da saúde dos trabalhadores, até que as primeiras mortes de petroleiros começaram a acontecer, sendo que o primeiro empregado próprio da empresa a morrer em nossas bases foi Antonio Carcavalli, vítima da covid-19.

Para os petroleiros, as práticas antissindicais que atacam tanto os jornalistas como os petroleiros, e que vemos acontecer com outras categorias são fruto do desmonte dos direitos dos trabalhadores, promovida pelos últimos governos no comando do país, a partir da reforma Trabalhista, da Lei da Terceirização e da reforma da Previdência. Juvenal declarou no ato total apoio do Sindipetro-LP na luta para garantir a recontratação de Sandro ao Grupo A Tribuna.

Não é a primeira vez que a Tribuna demite um dirigente sindical. Anos atrás, numa situação de demissão em massa, demitiu os então diretores Glauco Braga e Reynaldo Salgado. Na ocasião, o sindicato conseguiu reverter a decisão na Justiça. 

De acordo com o sindicato dos Jornalistas, nos últimos tempos, diante da atuação do sindicato para o diálogo com a categoria e para que a regional fosse o agente para negociar os direitos e necessidades dos profissionais, sindicalizados ou não, a empresa promoveu todo tipo de ação mirando a autonomia do sindicato, seus dirigentes, dificultando a comunicação com a categoria.

Em outros momentos a empresa permitiu a visitas dos representantes sindicais à Redação e conversas no interior da empresa, para a comunicação a base, mas nos últimos anos, porém, tais visitas são cada vez menos autorizadas, obrigando o Sindicato a fazer cada vez mais ações na porta da empresa. 
Com essa conduta, os patrões incentivam uma verdadeira batalha contra o movimento sindical, instaurando um clima de caça às bruxas entre os trabalhadores, principalmente aqueles que estão mobilizados junto ao Sindicato. Neste clima de desconfiança, os mais prejudicados são sempre os trabalhadores.

A demissão acontece enquanto a categoria enfrenta uma das maiores dificuldades de negociação com o Sindijori. Desde abril deste ano, a categoria não consegue avançar nas negociações da campanha salarial do interior e litoral.

Segundo o sindicato dos Jornalistas, a categoria não está diante de apenas uma demissão, mas vivendo a completa falta de diálogo.

Com informações do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo