Negligência dos gestores da P-67 coloca unidade e saúde dos trabalhadores em risco

Covid-19

Mais uma vez a conduta negacionista e o despreparo frente à Covid-19 deixaram os trabalhadores da P-67 à deriva. No início do mês, 10 petroleiros foram diagnosticados com Covid-19 e a unidade ficou desguarnecida de trabalhadores. A contaminação foi tão grande que apenas 2 operadores “tocaram” a unidade no turno da noite, onde o normal, seriam 9 a plena produção que seguiu mantida. Afora isso, os contactantes continuaram a exercer as atividades e não foi feita sanitização no local para a nova equipe que embarcou. Em caso de um sinistro a situação poderia ser ainda pior, já que o número de brigadistas fica reduzido também.

Além de permitir a disseminação do vírus, a gestão acaba sacrificando quem está a bordo, já que estão sendo obrigados a trabalhar em dobro e arriscando ficar doente. Isso é o mesmo que “brincar” de roleta russa, só que a arma fica nas mãos da UN-BS. Tal atitude deixa ainda mais evidente a conduta dos gestores que se preocupam apenas com o lucro visando dividir com os acionistas um bônus “bem generoso” enquanto oferece migalhas para o chão de fábrica como proposta de PLR.

Isso demonstra, mais uma vez, que a política genocida e negacionista do presidente Jair Bolsonaro, perpetuada pelo alto escalão da empresa, que desde o início da pandemia, gerou frutos no Sistema Petrobrás. A companhia segue se pautando única e exclusivamente pela produção e o lucro, deixando em segundo plano o cuidado com sua força de trabalho.

E o pior, não foi por falta de aviso. Desde o princípio, o Sindipetro-LP exigiu medidas efetivas como redução de quadro de próprios e terceirizados, alterações na logística de embarque e desembarque, até fornecimento de máscaras, mas a empresa só soube usar desculpas “padrão” e não trata o problema como vem fazendo até hoje. A situação nessa plataforma é a prova disso.

O Sindipetro-LP está acompanhando o caso de perto e exige que seja emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) já que a força de trabalho foi contaminada enquanto estava embarcada e até o momento não chegou nenhum documento.

As plataformas são locais propícios para a propagação do coronavirus. Os petroleiros dividem camarotes e locais comuns que não permite um distanciamento razoável. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) o vírus pode ser transmitido pelo ar após a tosse, estando cerca de 1 ou 2 metros de uma pessoa com a doença.

A Petrobrás tem que adotar medidas de avaliação de risco com antecedência e garantir que o local de trabalho atenda a critérios rigorosos de segurança e saúde, a fim de minimizar o risco de exposição da força de trabalho à doença. A aplicação de medidas necessárias contribuirá para diminuir o risco de novos surtos nas unidades do mar, como vem acontecendo sistematicamente.

Problemas das aeronaves
O problema nos voos continua sem solução para os embarcados. Muitos trabalhadores continuam tendo prejuízo por falta de organização por parte da gestão da UN-BS. Graças à desorganização, muitos estão perdendo valores das passagens aéreas de volta para casa, já que moram em outros estados e pagam do próprio bolso o transporte.

Os voos de Jacarepaguá para as plataformas são fretados e planejados. O entendimento dos embarcados é que existe um cronograma que deve ser cumprido e que só deve ser alterado em função de mau tempo ou alguma eventualidade e que caso, seja feita alguma alteração na escala, a empresa pague a passagem aérea até o domicílio do trabalhador.

As desculpas para os atrasos, cancelamentos de voos e mudanças de escalas são várias e vai desde desembarques por casos de covid-19, mau tempo, até manutenção de aeronaves, falta de reposição de peças quebradas e outros motivos que somente escondem o número insuficiente de helicópteros para suprir a demanda de voos. A verdade é que a gestão da Petrobrás tem disponibilizado voos conforme a demanda que acha prioritária e isso não significa pensar na força de trabalho. O pior é que mesmo errando a chefia se aproveita disso e os trabalhadores que tiveram escalas alteradas devido a imprevistos ou por falta de voos para desembarque precisam continuar trabalhando sem receber horas extras, ou as plataformas param por falta de empregados. É um absurdo atrás do outro!

A diretoria do Sindipetro-LP está acompanhando o problema e tem cobrado da Petrobrás, em reuniões com RH, a regularização da situação dos voos, ressarcimento dos prejuízos causados pelos atrasos e cancelamentos e pagamento das horas a mais que o trabalhador é obrigado a ficar à disposição da empresa. O Sindipetro já notificou o MPT sobre a situação. Em paralelo a isso, é importante que os trabalhadores entrem com ação para ressarcimento desses prejuízos através do jurídico do Sindicato.

A Diretoria do Sindicato, desde o início da pandemia, fez inúmeras denúncias e participou de reuniões (vide links de matérias abaixo), e gestão da empresa prefere dividir lucros com os acionistas ao invés de promover iniciativas concretas para que os trabalhadores não adoeçam.

Negligência dos gestores da P-67 coloca unidade e saúde dos trabalhadores em risco

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