Dia Mundial do Petróleo, recurso energético mais importante, e os perigos da privatização da Petrobrás

29 de setembro

Dia 29 de setembro é comemorado o Dia Mundial do Petróleo. Este que é o recurso energético mais importante do planeta, responsável por grande parte do crescimento econômico de vários países, entre eles o Brasil, passou a ser usado em larga escala a partir da Segunda Revolução Industrial no final do século XIX e início do XX. Seu uso se dá principalmente na queima de gasolina e diesel em veículos automotores e, também, no funcionamento das termelétricas. Além disso, possui diversos derivados como plástico, borracha, asfalto, querosene etc. No Brasil, o petróleo passou a impulsionar a indústria nacional a partir de 1953 quando foi fundada a Petrobrás, gerando empregos, desenvolvimento, soberania e fazendo do Brasil um país autossuficiente em petróleo.

Segundo estudo da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (ABESPETRO), a cada US$ 1 bilhão investido é gerado 25 mil empregos diretos e indiretos. Levando em conta os US$ 20 bilhões anuais esse número pode chegar a 500 mil novas ocupações. Segundo dados do BNDES e Petrobrás, após a descoberta do Pré-Sal em 2007 US$ 96,5 bilhões foram destinados à extração e refino de petróleo, o que gerou aproximadamente 2,5 milhões de novas oportunidades de trabalho. No entanto, desde que se iniciou o processo de privatização da maior estatal da América Latina, aprofundado no governo de Michel Temer a partir de 2016 e continuado por Bolsonaro e várias refinarias foram vendidas, o investimento na área passou a ser cortado.

Para efeitos de comparação, desses US$ 96,5 bilhões investidos nas plataformas e refinarias pelo Governo Federal entre os anos de 2007 e 2011, foram reduzidos para apenas US$ 6 bilhões a partir de 2022. Ou seja, um corte de US$ 90,5 bilhões em desenvolvimento e geração de empregos fruto do sucateamento e privatização da Petrobrás, como mostra a reportagem do Uol

Gestão entreguista ameaça a soberania nacional
Todo esse corte de gastos essenciais para o crescimento econômico do país é fruto de uma gestão entreguista que vem tomando conta da empresa, vendendo ativos importantes para beneficiar empresários que estão comprando as refinarias e poços de petróleo a preço de banana. Foi devido a isso que políticas como o Preço de Paridade de Importação (PPI), que condiciona o valor dos combustíveis de acordo com as variações do mercado foram instauradas, o que beneficia diretamente os ricos acionistas e resulta no povo arcando com combustíveis mais caros, que incidem no aumento do frete das mercadorias, nos preços dos alimentos e outros insumos básicos. Sem contar que o compromisso de abastecer todas as regiões do país acaba quando uma empresa privada avalia que para ela não será lucrativo levar combustível em determinado local do Nordeste, por exemplo, porque o custo é mais caro. Segundo Flávia Santana, economista do DIEESE, a Petrobrás anunciou o fim da produção marítima de petróleo e gás natural em Sergipe em 2020, sendo que no ano de 2011 foi o Estado que produzia em média 60 mil barris de petróleo e gás por dia, índice que caiu para apenas 6,7 mil em maio de 2022. Além do mais, em 2010 o Nordeste foi a região responsável por 10,5% de toda a produção nacional. Já em maio de 2022, apenas 2,8%

O fato de o Petróleo ser um minério de alto valor no mundo todo e fundamental para a segurança econômica, energética e militar, faz do seu não aproveitamento na indústria nacional uma grande preocupação numa eventual crise econômica, transformando o Brasil num grande dependente do mercado externo semelhante ao que acontecia no período colonial. A perda de uma estatal que em seu auge teve grande influência em levar o país ao sexto lugar no ranking das maiores economias do mundo resulta em danos gravíssimos aos recursos nacionais em curto e médio prazo, além de cortes de efetivo, direitos trabalhistas e projetos ambientais como o Tamar, que em 2021 perdeu o patrocínio de 40 anos que mantinha com a Petrobrás.

Por empregos, soberania, desenvolvimento, saúde e inovação lutemos! É sempre bom lembrar que “O Petróleo é Nosso!”