Sindipetro-LP denuncia 52 novos casos de covid-19 na P-70 e UMPA, com risco de surto se espalhar para a P-69

Alta de covid nas plataformas

Um surto de casos de infectados pela covid-19 ameaça a saúde dos trabalhadores embarcados nas plataformas do Sistema Petrobrás. Nesta terça-feira (14), já são 52 casos confirmados, sendo 30 na plataforma P-70 e 22 na UMPA, unidade que abriga os trabalhadores que participam da parada de manutenção na P-69, o que preocupa a categoria, pois há chances do surto se estender também para a plataforma.

Depois da denúncia feita na semana passada de 17 petroleiros com covid-19 na P-70, outros 13 trabalhadores desembarcaram no domingo (12), da plataforma, também com testes positivos para a doença. Para piorar o quadro, esses trabalhadores foram enviados para Macaé, área da Bacia de Campos, onde estão sendo mantidos sem contato com representantes da empresa nem do sindicato.

Os casos da UMPA foram confirmados durante testagem nesta terça, e os infectados estão isolados na embarcação, sem previsão de desembarque.

A Petrobrás vem baixando a guarda nos cuidados na prevenção do coronavirus em suas unidades. Seguindo a lógica do lucro a qualquer custo, os gestores da companhia tiraram dos trabalhadores a quarentena no hotel em Jacarepaguá, período que os petroleiros ficavam reclusos, longe de seus familiares, para garantir a segurança nas plataformas e não levar o vírus para bordo. Com isso, a empresa quer economizar com as horas extras geradas durante o confinamento e que ainda pagava errado, oito horas extras por dia confinado, quando o correto seriam 12 horas. O Sindipetro-LP entrou com ação e ganhou em primeira instância, que a Petrobrás pague as 12 horas referente ao período de confinamento no pré-embarque.

Sem quarentena, as testagens nos que estão escalados para embarque estão sendo feitas momentos antes do voo. Os gestores da Petrobrás estão, assim como no começo e durante toda pandemia, negligenciando com os cuidados nas unidades, mesmo com o aumento de casos comprovados de covid no país e de saberem do poder infecioso que o vírus tem, ainda mais se tratando de locais confinados, como as embarcações.

Apesar das vacinas diminuírem os casos graves da doença, são muitas as sequelas advindas do coronavírus. Também não é possível descartar casos graves da doença entre os infectados nas plataformas. Se continuar nesse ritmo, é possível que a operação nas unidades sejam prejudicadas, devido ao baixo efetivo disponível embarcado. Para além dos problemas de saúde dos trabalhadores infectados, os que permanecem na unidade estão sentindo a pressão do acúmulo de trabalho e falta de efetivo.

Diante dos novos casos de contaminação por covid-19 nas plataformas e outras unidades do Sistema Petrobrás, o Sindipetro-LP está com a campanha permanente de abertura de Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT) por morte ou doença causada pela covid-19. Até o momento a empresa não fez abertura de CAT de nenhum caso de covid-19 dentre seus empregados.

No Litoral Paulista, o trabalhador que pegou o coronavírus em qualquer período, desde o início da pandemia, deve baixar o formulário em anexo (clique aqui), preencher com seus dados, assinar e enviar para o sindicato, juntamente com o(s) resultado(s) do(s) exame(s) que identificou ou diagnosticou a doença, para o e-mail aberturadecat@sindipetrosantos.com.br. Para mais informações, acesse a matéria completa aqui.

A diretoria do sindicato estará de terça até quinta (16) no aeroporto de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, acompanhando esses casos e os embarques nas plataformas.