Concurso foca em cargos de nível superior e esquece as áreas técnicas que funcionam com quadros reduzidos

Petrobrás

A Petrobrás publicou na última sexta-feira (17) no Diário Oficial da União a abertura de concurso para preenchimento de vagas de nível superior e para cadastro reserva. Os últimos editais ocorreram em 2017 e 2018, tendo sido contratados apenas 111 petroleiros em 2017 e 82 novos empregados ano seguinte. As demais contratações foram canceladas por conta das “medidas de austeridade, para garantir a sua estabilidade diante da crise” que todos sabem que é pura balela já que os acionistas da empresa têm lucrado e muito nos últimos tempos.

A abertura desse processo seletivo configura, mais uma vez, a postura da atual gestão da empresa em sucatear para assim facilitar a privatização. Ao contratar apenas trabalhadores para nível superior ela ignora a necessidade urgente do preenchimento de vagas dos trabalhadores “chão de fábrica” das áreas operacionais tanto de terra quanto de mar.  As vagas também acendem o alerta de que a terceirização fim ganhará mais espaço em todo o Sistema.

O Sindipetro-LP vem denunciando sistematicamente essa demanda, mas ao que tudo indica a ordem é ignorar e prosseguir com os quadros funcionais enxutos e operando no limite. Como todos já sabem, somos contra a redução do quadro mínimo. Existe o entendimento de que isso é uma forma de precarizar o trabalho e economizar colocando a vida dos trabalhadores em risco. Além disso, ameaça a segurança operacional das unidades e  a vida dos moradores das comunidades circunvizinhas.

O sistema Petrobrás passa por um processo de demissão com incentivos, principalmente aos mais experientes, com tempo para se aposentarem, porém sem qualquer vislumbre de reposição da força de trabalho por meio de concursos. O que querem é reaproveitar trabalhadores das unidades que foram vendidas, como da NTS, TAG e outras, sem os treinamentos necessários, como também passar as vagas de profissionais bem treinados e antigos de casa para trabalhadores sem experiência e com salários menores. Um verdadeiro caos. A situação é tão ruim que muitos gestores burlam toda e qualquer norma interna de segurança da Petrobrás para manter os quadros reduzidos. Para esse pessoal não existem procedimentos e nem zelo pela segurança.

A extinção de postos de trabalho ao sabor das gerências e da alta cúpula tem que acabar. Essa conduta é carregada de irresponsabilidade com tantos acidentes de grandes proporções nos últimos anos, sendo Mariana e Brumadinho os mais trágicos, colocar em risco as instalações, vidas e o meio ambiente para apenas cumprir metas de lucro. As vidas da força de trabalho, o meio ambiente e a reputação da Petrobrás estão acima de tais interesses.

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