Sindipetro-LP se reúne com a UN-BS para tratar de demandas dos embarcados e dos trabalhadores do Edisa

RH

A Diretoria do Sindipetro-LP esteve reunida no dia 03 de dezembro com os representantes do RH da Unidade de Negócio de Exploração e Produção da Bacia de Santos (UN-BS).  Em pauta, teletrabalho, frequência, novos empreendimentos e quadro mínimo.

Os trabalhadores da UN-BS vêm sofrendo duros ataques por parte da gestão da Petrobrás e com a pandemia a situação se intensificou já que ainda existe negligência frente ao combate e propagação da Covid-19 nas unidades offshore e no prédio do Edisa Valongo. Os embarcados são os que têm mais sofrido com surtos nas plataformas, monitoramento e confinamento em hotel.

A Diretoria do Sindipetro-LP questionou os representantes da empresa sobre mudanças na retomada do trabalho presencial no Edisa Valongo, em Santos, com o surgimento da nova variante do coronavírus e a possibilidade de uma nova onda de infecção. O Sindicato alertou que no Rio de Janeiro, local por onde saem os voos para as plataformas abrangidas pelo LP, foi ampliada a exigência da apresentação do passaporte da vacina. Além disso, foi levantada a questão do horário flexível no teletrabalho. Muitos têm se queixado que não estão sendo respeitadas as jornadas de trabalho e são convocados mesmo após final de expediente o que pode acarretar ansiedade e problemas psicológicos. O Sindicato solicitou que a empresa seja mais flexível com o retorno das atividades e com os petroleiros e petroleiros que quiserem trabalhar presencialmente ou que optarem por permanecer trambalhando em casa. A empresa ficou de enviar um guia explicando novas formas de trabalho. Além disso, os gestores disseram que existe um sistema no correio eletrônico que alerta para o horário às 19h. O Sindicato disse que o sistema é válido, mas alertou que é fora do horário núcleo não sendo uma ferramenta suficiente para coibir o prolongamento da jornada. A sugestão foi o dispositivo emitir um sinal às 16h, fim do horário núcleo, alertando o usuário sobre o final do expediente.

A frequência gerou muito debate já que os dirigentes do Sindipetro-LP denunciaram que na plataforma de Merluza os trabalhadores têm sido obrigados a trabalhar 17 dias sem conhecimento prévio. Tal medida além de ferir a CLT e normas de trabalho ainda prejudica financeiramente os trabalhadores que perdem os voos de volta para  casa. Como todos sabem, muitos embarcados moram em outros estados. Para piorar a situação os gestores da plataforma não querem pagar hora extra, mas sim incluir os dias a mais como banco de horas. O jurídico do Sindipetro-LP já tem uma ação que trata sobre o tema e a gestão da empresa pode ser multada. O RH se mostrou surpreso já que não permite que isso ocorra. O Sindicato denunciou também a situação dos embarcados que estão negativados, em 35 dias, no banco de horas porque a empresa não deixou embarcar por falta de preenchimento de questionário de Covid-19. A gerência solicitou que o Sindipetro envie uma lista com os nomes dos trabalhadores que tiveram esse problema para verificar os casos. A Diretoria do Sindicato endossou que já reportou, por diversas vezes, esse problema para os membros da EOR e que ficaram de notificar o RH, mas, na prática, isso não aconteceu. O RH da empresa se mostrou surpreso diante desse erro e afirmou que vai cobrar da EOR essa pendência. 

O foco da atual gestão da Petrobrás é na produção e exploração do pré-sal e isso tem gerado  novos empreendimentos na UN-BS. A Diretoria do Sindipetro-LP questionou se está sendo feito algum planejamento para abrigar mulheres nas plataformas. Atualmente, em algumas unidades offshore, não existem banheiros femininos na área operacional e em alguns locais não têm camarotes e muitas petroleiras são obrigadas a dividir o mesmo local trabalhando em turnos diferentes o que atrapalha o descanso de todas.

O tema que fechou a reunião foi o quadro mínimo. Esse assunto é recorrente nas unidades de terra e mar já que com os sucessivos planos de desligamento, aposentadorias e falta de concursos, as unidades vêm operando no limite. O Sindipetro solicitou reuniões voltadas apenas para esse assunto para conversar de maneira bem mais específica sobre as debilidades que existem em cada plataforma, função e local de atuação. O acúmulo de funções vem impactando de maneira negativa nos trabalhadores. Um exemplo disso, são os técnicos de enfermagem que mesmo na pandemia continuam a ter apenas um profissional por embarcação. O acúmulo de atribuições vem também sendo uma realidade no trabalho burocrático. No Sistema Petrobrás o quadro é mínimo, mas quantidade de trabalho está no máximo.

Os dirigentes do Sindicato terão todas as respostas na próxima reunião que ainda não foi agendada.