Por determinação unilateral, RH da Petrobrás “baixa” ordem para que petroleiros do ISC retomem escala de 8h

Goela abaixo

Contrariando todas as premissas do bom relacionamento negocial entre empresa e sindicato, o RH da Petrobrás e seus parceiros determinaram que a partir do dia 1º de outubro, os petroleiros da Inteligência e Segurança Corporativa da Petrobras (ISC) voltem, de forma compulsória e unilateral, para uma escala de trabalho de 8 horas. Essa é mais uma "canetada" da gestão da empresa extremamente danosa para os trabalhadores e que não foi negociada com os representantes dos trabalhadores.

A atual gestão da Petrobrás prega “igualdade e respeito “ em seus discursos rotineiros, mas, na prática a coisa muda de figura. Em toda UO-BS|Edisa, a ISC não fugiu a regra, já que isso acontece sempre, e foi a primeira ter que “engolir a seco” a escala de 8 horas no 3x2 da tabela imposta pela empresa.  A ISC no Edisa, com outros tantos setores da UN-BS, a exemplo das SCRs (salas de controle remota), COI, Lmg e outras, formam estruturas extremamente estratégicas devido ao grau de importância e retorno financeiro para a empresa. Além disso, esses setores também produzem conhecimento e trabalhos de prevenção em perdas que podem chegar a cifras milionárias. Todos esses ganhos não são nada para o alto escalão da companhia já que trata esses verdadeiros heróis do petróleo como um objeto de prateleira que ela retira, substitui e manuseia desprezando qualquer aspecto de saúde, bem-estar e social imperativo para os alicerces laborais. Um verdadeiro fiasco essa tal administração da Petrobrás!

Chantagem como forma de negociação
Em um cenário de extrema pressão e assédio contra os petroleiros de turno, os gestores da Petrobrás estão usando de chantagem para pressionar a força de trabalho na escolha da escala de 12 horas com minutas totalmente abusivas e lesivas. O intuito é que os trabalhadores assinem um documento com cláusulas que isentam a empresa de pagar passivos trabalhistas. A famosa tática do “Robin Hood” às avessas já que a jornada de 12h  tira dos petroleiros para dar aos acionistas já que acaba gerando vantagens econômicas gigantescas. O lema é reduzir direitos e investimentos em prol da maximização do lucro.  

É lamentável que,  em pleno período de negociação nas bases do Litoral Paulista,  o "Recursos Humanos" da Petrobrás venha esquecer a parte precípua de sua existência, que é a parte "Humana" com seus funcionários. Com essa decisão esdrúxula e unilateral de mudança de escala sem negociação, o próprio RH está literalmente jogando no lixo todo um planejamento feito pelos seus próprios gestores locais na questão do retrabalho gerado para mudanças de TIR, alteração de férias, supressão da folga dos trabalhadores que já conquistaram o direito de folgar, mas, que por decisão unilateral da empresa,  tiveram que interromper suas folgas para o retorno ao trabalho, o que fatalmente será alvo de pleitos em horas extras.

O Sindicato dos Petroleiros está tomando todas as providências para garantir que aberrações dessa natureza, que se tornaram parte cotidiana da categoria petroleira, não persistam. Além disso, está buscando solução que devolva a tranquilidade negocial com nada mais nada menos que escalas justas e escolhidas pelos trabalhadores nos critérios formatados em mesas de negociações, e minutas sem ilegalidades e arbitrariedade.

Juntos somos mais fortes!