MULTINACIONAIS POSSUEM QUASE 30% DO MERCADO DE PETRÓLEO, MAS OS PREÇOS SÓ SOBEM

Iniciativa privada

Era tudo que a iniciativa privada queria. Com a falta de novos investimentos e recuo no que já era investido, fatiamento dos ativos e privatizações à vista, a Petrobrás perde cada vez mais participação no mercado nacional, abrindo as portas para as multinacionais e para o capital financeiro internacional.

As maiores petrolíferas estrangeiras que atuam no Brasil, como a Shell, Sinopec, Total e Petrogal já respondem por 27% de toda produção nacional do setor petrolífero, com perspectiva de abocanhar um pedaço ainda maior do mercado brasileiro.

Com o governo Bolsonaro como principal aliado, as multinacionais, importadoras e especuladores do capital internacional vão mordendo cada vez mais as riquezas do país. Um negócio que só prejudica o Brasil e os brasileiros.

Isso comprova duas coisas:

1) Não existe monopólio no Brasil

2) Mesmo com uma participação maior de outras empresas, os preços dos combustíveis continuam subindo (por causa da política de preços estabelecida pelos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro). Isso significa que privatizar a Petrobras (inteira ou em partes) não vai deixar os combustíveis mais baratos para o consumidor.

Desmonte da Petrobras aprofunda o desemprego no país

Entre os anos de 2014 e 2020 já são cerca de 35 mil trabalhadores a menos na Petrobrás. Só no primeiro ano de governo de Jair Bolsonaro, em 2019, a empresa cortou 5,3 mil empregados, equivalente a 8,5% dos 57.983 funcionários da petrolífera naquele ano. Em 2020 a estatal registrou uma queda de 15,4% no número de empregados em relação ao ano anterior, chegando ao menor efetivo na empresa em 10 anos: 49.050 funcionários.

Para 2021 a receita não deve ser diferente. O Governo Federal autorizou no início do ano a realização de novos Planos de Demissão Voluntária (PDV) para 8 estatais, incluindo a Petrobras. A redução nos postos de trabalho se dá justamente devido à sanha dos governos Temer e Bolsonaro em agradar os interesses do mercado internacional, não em promover crescimento e emprego para o mercado nacional.

Em junho de 2021, o Brasil chegou à marca de 15 milhões de desempregados. Um recorde. Com o fatiamento da empresa, desaceleração de investimentos e alinhamento com interesses do mercado internacional, os empregos que a Petrobras gera vão passando para à mão das multinacionais que assumem o mercado.

Desobrigadas de manter os postos de trabalho, as empresas estrangeiras destinam os maiores cargos para um quadro efetivo vindo de fora e, o que sobrar, e se sobrar, iria para os brasileiros.

De olho nas nossas riquezas

A Petrobrás seria o nosso passaporte para o desenvolvimento. Com a descoberta do Pré-sal, e com a Lei de Partilha, votada em 2010, a empresa se tornou zeladora das maiores riquezas naturais (em termos financeiros) que o Brasil dispõe neste momento, que é o petróleo e o gás.

Só que desde a Operação Lava Jato (uma farsa que tinha como objetivo desestabilizar a política do país e enfraquecer a Petrobras para ficar mais fácil vendê-la) o desmonte da estatal foi acelerado.

Tirar a petrolífera brasileira do caminho e possibilitar às multinacionais do petróleo a apropriação dos recursos bilionários do Pré-sal, que tem capacidade de produção próxima aos grandes produtores mundiais, como os países do Oriente Médio, sempre foi o principal objetivo. Os fatos mostram.

Quando a Petrobrás anunciou o Pré-sal, os críticos, incentivados pelos interesses estrangeiros, diziam que o petróleo naquela profundidade chegaria tão caro na superfície, em função do custo de extração, que não teria viabilidade comercial. Só que a crítica se provou equivocada.

Em junho de 2021, os custos de extração do barril do petróleo do Pré-sal estão a US$ 5, praticamente o custo da Arábia Saudita, que retira petróleo quase da superfície. Ou seja, nem o custo de extração foi caro comparado com a média mundial, nem mesmo inviabilizou a exploração do Pré-sal.

A Petrobrás e seus imensos recursos não podem servir para engordar fortunas estrangeiras, enquanto seu papel estratégico para o Brasil e os brasileiros é deixado de lado.

Qualquer projeto que tente diminuir a importância que ela tem, só serve aos que querem abocanhar nossas riquezas.

Fonte: Com a Petrobras o Brasil tem Futuro