Trabalhadores terceirizados da hotelaria da UN-BS são obrigados a cumprir escala perversa de trabalho

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A farra das gatas está sem limites na Unidade de Negócios de Exploração e Produção da Bacia de Santos (UN-BS). A diretoria do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista recebeu novas denúncias sobre a continuidade da escala de trabalho 21x21 dias perpetuadas pelas empresas terceirizadas. Dessa vez, os trabalhadores da hotelaria é que estão sofrendo com essa imposição. A situação é tão ruim que a fiscalização diz que a mudança na jornada de trabalho é por tempo indeterminado, ou seja, pode durar todo o período da pandemia.

Entretanto, aí é que a “porca torce o rabo”. A mudança foi implementada de maneira unilateral, assim como, a atual gestão da Petrobrás tentou fazer com os trabalhadores próprios. Quando os petroleiros terceirizados foram contratados assinaram o contrato de trabalho que estipulava a escala de 14x14 e não 21x21 como está sendo feito. A “cereja desse bolo” é que os salários permanecem os mesmos e até o momento, nada foi feito para mudar essa realidade.

Além disso, os terceirizados têm que lidar com equipes reduzidas por conta de casos suspeitos de contaminação por Covid-19 o que acaba causando trabalho dobrado para suprir todas as demandas. Para piorar, as rotinas de prevenção são extremamente desgastantes, tanto mentalmente quanto fisicamente, o que acaba causando também acidentes a bordo. A conduta da chefia das gatas da hotelaria é tão nociva que eles optaram por omitir todos os problemas causados por essa jornada de trabalho extensa para, literalmente, deixar o barco correr até que o pior aconteça. Enquanto isso, vão lucrando à custa do suor e da saúde da força de trabalho.

Segundo informações, obtidas através da força de trabalho, é de total interesse da atual gestão da Petrobrás que essa escala perversa permaneça sendo cumprida. Para os gestores a situação é cômoda já que não repassam os aditivos para os salários e todo mundo continua na labuta. A realidade é que os trabalhadores da hotelaria estão em uma espécie de cativeiro com as portas abertas para quem quiser sair e perder o emprego.

A diretoria do Sindipetro-LP vem denunciando sistematicamente a situação dos petroleiros terceirizados das plataformas junto aos gestores da UN-BS, mas até o momento ninguém fez nada o que demonstra inegavelmente que são coniventes com a situação. O próximo passo é abrir denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e a outros órgãos competentes porque, atualmente o alto escalão da Petrobrás e os donos das gatas só entendem esse tipo de linguajar.

Basta de exploração. Essa luta também é nossa!