Demissão de Cláudio Costa e nossa AMS, como fica?

Questionamentos

Homem de confiança do presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, o gerente executivo de Recursos Humanos da empresa, Claudio Costa, foi demitido nesta segunda-feira, 29. Em nota, a petrolífera disse ter tomado a decisão após descobrir que o executivo negociou ações da empresa em bolsa poucos dias antes do anúncio do lucro recorde do quarto trimestre do ano passado, o que é proibido em sua política interna.

Entre as medidas de Claudio Costa na Petrobrás, está o esfacelamento do plano de saúde - Assistência Multidisciplinar de Saúde (AMS) - transformando em uma associação, além da mudança no regime de remuneração, precarização dos serviços, passaram a ter foco maior nas finanças e não nas operações.

Mas, a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) já havia denunciado as relações privadas que Cláudio Costa tinha no mercado de consultorias e consultores, e seus potenciais conflitos de interesse, especialmente, frente à AMS, quando contratou sem licitação um consultor (Martinho) como assessor da presidência, para, posteriormente, ser desviado para trabalhar na AMS.

O fato é que a gestão do braço direito do Castello Branco foi marcada por diversas ameaças à categoria, assédios, intimidações e destituições de funcionários de cargos gerenciais, bem como práticas antisíndicas, além da bagunça feita nos contracheques dos trabalhadores da ativa e de aposentados.  Assim que assumiu o RH, estabeleceu uma lógica na política de remuneração, a mando de Castello Branco, que tinha como objetivo transferir renda para o alto escalão, ou seja, tirar dos aposentados (as), pensionistas e trabalhadores e trabalhadoras da ativa para turbinar o prêmio dos cargos de chefia (incluídos aí o próprio ex-presidente e o ex-gerente).

Além disso, quem não lembra das grandes assembleias de ACT em 2019, quando Cláudio Costa orientou os seus gerentes a participarem de forma massiva das assembleias para assediar aos empregados. O ex-gestor também emitiu notificação extrajudicial ao Sindipetro-RJ, ameaçando o Sindicato de processo caso não fosse retirado do ar um vídeo em que Costa aparece em uma fila de votação, sendo impedido de votar assembleia no EDISE, por não ser funcionário efetivo da empresa e não integrante da categoria petroleira.

Além de deixar o comando da estatal, Costa se desligou do conselho de administração da subsidiária de Logística, a Transpetro.

Assim, Claudio Costa é mais um preposto neoliberal que entrou e saiu da Petrobrás pelas portas dos fundos sem ter feito qualquer ação positiva para os trabalhadores e trabalhadoras ou mesmo para própria empresa. Em vez disso, só prejudicou.

Por isso, a FNP exige auditoria sobre o esfacelamento da AMS, além de apurar se Castello Branco também estaria envolvido em supostas corrupções na gestão do plano de saúde dos petroleiros e na venda de ativos da empresa.

Fonte: FNP