Quatro conselheiros da Petrobrás rejeitam indicação do governo e deixarão cargos

Novo comando

A Petrobrás informou em nota divulgada nesta terça-feira (2) que quatro conselheiros indicados pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recusaram o convite para permanecer no Conselho de Administração e vão deixar a estatal.

Segundo a Petrobrás, a indicação de João Cox Neto, Nivio Ziviani, Paulo Cesar de Souza e Omar Carneiro da Cunha foi feita pelo Ministério de Minas e Energia no último dia 19 de fevereiro. A União ocupa essas cadeiras enquanto acionista controladora da Petrobras.

Dos quatro conselheiros que rejeitaram o convite do governo para seguir na Petrobrás, um citou diretamente a mudança no comando da empresa, com a indicação do general Joaquim Silva e Luna para suceder Roberto Castello Branco, e a política de preços da estatal, criticada pelo presidente Jair Bolsonaro.

“Em virtude dos recentes acontecimentos relacionados as alterações na alta administração da Petrobrás, e os posicionamentos externados pelo representante maior do acionista controlador da mesma, não me sinto na posição de aceitar a recondução de meu nome como Conselheiro desta renomada empresa", afirmou Omar Carneiro da Cunha, em ofício enviado ao almirante Eduardo Leal, presidente do conselho.

Cunha prossegue, criticando a decisão do governo de alterar a gestão da empresa. "A mudança proposta pelo acionista majoritário, embora amparado nos preceitos societários, não se coaduna com as melhores práticas de gestão, nas quais procuro guiar minha trajetória empresarial."

O conselheiro Paulo Cesar de Souza e Silva também enviou manifestação a Leal. No seu comunicado, ele justifica a decisão "em virtude que meu mandato de Conselheiro de Administração será, em breve, interrompido inesperadamente". A troca acontece com a Assembleia Geral Extraordinária (AGE), convocada para discutir o nome do general Silva e Luna para presidir a Petrobras.

Souza e Silva ainda elogiou a gestão do atual presidente da empresa, Roberto Castello Branco. 

"Aproveito para registrar meu respeito e reconhecimento pelo excelente trabalho desenvolvido pela Diretoria Executiva e funcionários da Petrobras bem como pelos meus colegas Conselheiros sob a liderança do Presidente Eduardo Leal", escreveu.

Segundo a nota da Petrobrás, os conselheiros João Cox Neto e Nivio Ziviani "lamentavelmente não poderão aceitar por razões pessoais".

A empresa encerra o comunicado frisando que substitutos que sejam indicados pelo governo para os postos "serão submetidos ao processo de análise de gestão e integridade da companhia e objeto de análise pelo Comitê de Pessoas."

Fonte: CNN