Redobrar os cuidados
Os trabalhadores do Píer do Terminal Aquaviário Almirante Barroso (Tebar), de São Sebastião, estão preocupados com o número de casos de tripulações inteiras acometidas pela covid-19. A morte do capitão Paulo Roberto de Carvalho Junior, de 53 anos, no dia 5 de dezembro, vítima da covid-19, apurou ainda mais a percepção dos trabalhadores sobre a fragilidade das medidas adotadas no porto para conter o alastramento do coronavírus. O navio da Transpetro comandado por Carvalho havia aportado em São Sebastião após 12 pessoas, dentre as 24 que compunham a tripulação do navio, das quais o próprio comandante, adoecerem a bordo. Dois casos graves foram encaminhados às unidades de saúde de São Sebastião e 10 funcionários da empresa cumpriram quarentena dentro do navio.
Segundo informações recebidas pelo sindicato, até cinco navios possuíram ou ainda possuem tripulação infectada com o vírus sars cov 2. Um dos navios teve que retornar ao porto quando já estava na costa da África, pois a tripulação começou a apresentar sintomas da covid-19. De volta ao porto de São Sebastião, a tripulação doente foi substituída, o navio foi abastecido e a embarcação higienizada.
Toda movimentação no porto com a tripulação, dos tramites burocráticos de troca de documentação, inspeção e translado dos doentes do navio ao porto até o uso compartilhado de transportes, como lanchas e vans, desperta muita preocupação dos trabalhadores.
Para os petroleiros, nesse novo momento de avanço da pandemia, a transparência sobre os possíveis focos de contaminação nos navios é essencial como medida preventiva, pois faz com que todos redobrem os cuidados contra o coronavírus.
Diante dos relatos, o Sindipetro-LP enviou ofício às gerências dos terminais do Litoral Paulista, indagando quais medidas estão sendo tomadas para dar suporte aos trabalhadores infectados ou suspeitos e também em relação aos trabalhadores de operação, de manutenção, de inspetoria, motoristas, pilotos de lanchas, dentre outros que acessam o Píer.
Atentos ao que acontece no Tebar, os trabalhadores enviaram sugestões ao sindicato e Cipa para ajudar a elaborar um protocolo mais preciso de prevenção ao coronavírus no porto de São Sebastião:
Não permitir desembarque/embarque de tripulantes pela van do píer;
Controle efetivo, com ciência do Cotur, de quem desce e entra nos navios;
Checar a necessidade dos inspetores de carga adentrarem o navio, visto o agravamento atual;
Receber informação da gerência sobre a situação dos navios que irão operar no terminal;
Controle da gerência sobre ações de com bate ao covid-19 pelas contratadas dos serviço de transporte;
Limitar a passagem dos profissionais que acessam o navio somente pelo mar.
O Sindipetro-LP está acompanhando o caso e irá cobrar das gerências da empresa que reforcem os cuidados, para evitar que a segunda onda do coronavírus leve mais de nossos companheiros e companheiras.
Fiquemos também atentos, redobrando os cuidados com higiene, distanciamento e uso de máscaras.
Paulo Roberto de Carvalho Junior, presente!
Com informações da Nova Imprensa