Sindipetro-LP promove rodadas de DDS para levantar temas relacionados à segurança dos trabalhadores na UTGCA

Redução de efetivo

Os dirigentes do Sindicato dos Petroleiros do Litoral começaram na última segunda-feira (23) uma rodada de Diálogo Diário de Segurança (DDS) com todos os turnos da Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), em Caraguatatuba. A unidade vem atravessando um dos piores momentos desde o início das atividades em 2011. Como se não bastasse o “fantasma” da privatização rondando todo o Sistema Petrobrás, a atual gestão da UTGCA tem primado em reduzir o efetivo e omitir incidentes para se vangloriar com índices de disponibilidade e fazer “bonito” para a alta cúpula da empresa.

O Sindicato tem denunciado sistematicamente a situação, promovido paralisações e buscado soluções via judicial para tentar reverter o quadro, mas os problemas pioram a cada dia. A força de trabalho tem convivido diariamente com a insegurança da planta e o risco iminente de uma tragédia ou um surto de Covid-19.

O objetivo do DDS, que tem duração de 1 hora, é levantar, junto aos trabalhadores, temas relacionados à segurança que serão cobrados posteriormente através de ofícios. A tarefa que deveria ser feita pelas lideranças da unidade se faz urgente e necessária, mas a postura intransigente, omissa e negacionista de Roberto Castello Branco fez “escola” dentro da unidade e nada tem sido feito zelar pela segurança dos trabalhadores, equipamentos e da comunidade no entorno.

Prova disso, foi um principio de incêndio na área do Turbo gerador "C" que aconteceu no último dia 14 de novembro. O fogo foi prontamente debelado pela brigada de incêndio. O incidente aconteceu porque a gerência da UTGCA tem reduzido ainda mais o quadro operacional no período noturno alegando que a demanda é maior no período diurno.

Outra situação que demonstra a omissão da gestão da unidade é que dois operadores foram afastados com suspeita de Covid-19. O primeiro petroleiro que apresentou sintomas não foi afastado das atividades laborais, mesmo comunicando o setor de saúde. O afastamento só se deu quando um colega que divide a república também apresentou sintomas da doença.

Como diz o ditado popular, “não existe nada tão ruim, que não possa ficar pior”. A gerência da UTGCA está promovendo uma migração de operadores do turno para o horário administrativo.

Não bastasse toda essa situação de insegurança, os trabalhadores do turno foram surpreendidos, na manhã desta quarta-feira (25) com a exigência da gerência para que assinem um documento de ciência e concordância com a migração temporária para o horário administrativo. O Sindipetro-LP orienta aos trabalhadores a não ceder a mais essa pressão psicológica e que se recusem a assinar qualquer documento nesse sentido. Além disso, vai enviar ofício para a empresa pedindo explicação sobre essa clara conduta de assédio moral coletivo. Tal atitude provocará uma maior aglomeração de pessoas durante o período diurno, justamente quando os números de infectados pelo coronavírus estão subindo.

A situação é grave e mesmo assim não há o menor sinal de reposição do efetivo. Em plena pandemia a unidade segue sem qualquer planejamento de efetivo. A redução do quadro fere o item 20.9.3 da NR-20 que estabelece que “Na operação com inflamáveis e líquidos combustíveis, em instalações de processo contínuo de produção e de Classe III, o empregador deve dimensionar o efetivo de trabalhadores suficiente para a realização das tarefas operacionais com segurança". Essa norma foi atualizada pela Portaria n 1.360 de 9 de dezembro de 2019 da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.

O que se pode tirar de toda essa história é que a preocupação com os trabalhadores e com segurança de uma planta de processamento de gás é nula. O que é mais importante, para eles, é manter os multiplicadores no Plano de Carreiras e Remunerações (PCR).

Faça sua parte! Denuncie qualquer irregularidade ao seu sindicato!