Coturs do Tebar proíbem alimentação enquanto operadores tiverem trabalho

Nem a pão e água

Os gestores da Petrobrás têm feito “escola” entre os gerentes e Coturs do Sistema Petrobrás. O Terminal Almirante Barroso (Tebar), em São Sebastião, já conta com discípulos da cartilha fascista de Roberto Castello Branco e do governo Bolsonaro. Na unidade, tem Coordenador de Turno (Cotur) que anda exigindo que os trabalhadores, com 12h de jornada laboral, não comam enquanto não realizarem todas as tarefas estipuladas por eles. A situação chegou ao absurdo de um petroleiro, sentado à mesa do refeitório, ter que abrir mão do prato de comida para fazer um trabalho ordinário. 

A situação no terminal beira o caos. O Sindipetro-LP vem lutando sistematicamente contra a redução do quadro de operadores da unidade. O Departamento Jurídico do Sindicato fez uma denúncia junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT), conforme divulgamos na matéria “Ação do Sindipetro-LP garante Termo de Ajuste de Conduta (TAC) para operadores do Tebar,” para tentar estabelecer regras para que a situação não piorasse, mas ao que tudo indica de nada adiantou.

Os grupos de operadores estão cada vez menores. No passado, eram compostos por quase 20 trabalhadores e atualmente contam com apenas 9. Com a pandemia, mais trabalhadores foram afastados por causa dos critérios do Ministério da Saúde, deixando os grupos ainda mais reduzidos. O lançamento de um novo Programa de Desligamento Voluntário (PDV), em meio a uma crise sanitária, a redução de postos de trabalho será ainda mais drástica.

Após ser cobrado, durante uma reunião, o gerente geral dos terminais do Litoral Paulista afirmou que os trabalhadores poderiam se manifestar livremente sobre o ritmo de trabalho, para evitar mais stress e riscos desnecessários, porém a realidade é outra. No local alguns Coturs vêm se comportando da pior maneira possível e querem mostrar serviço à custa da saúde física e mental da força de trabalho. Eles têm levado os trabalhadores à exaustão e andam criando um ambiente de guerra. Os petroleiros não têm voz e muitas vezes são punidos, de forma velada, com troca de grupos de turno se reclamam da situação. Além disso, esses chefes estão colocando em risco a planta e a comunidade no entorno para cumprir auditoria e estabelecer índices.

A conduta é feita de caso pensando já que agem da mesma forma em período de negociação de Acordo Coletivo de Trabalho. O jogo é um só! A empresa força a barra e empurra os petroleiros para a greve e assim criam o caos e colocam a culpa na categoria. Nós, da Diretoria do Sindipetro-LP, não vamos nos furtar de denunciar aos órgãos oficiais a situação dos trabalhadores desse terminal e nem vamos sossegar até que esses desmandos acabem. E se essa atitude da empresa, em suprimir a alimentação dos operadores em um turno de 12h,  continuar não vamos titubear em cruzar os braços!