No Dia Internacional dos Trabalhadores não cabem patrões

1º de maio

Neste 1 de Maio, Dia Internacional dos Trabalhadores, mais do que nunca, é necessário reafirmar a independência da classe trabalhadora e apostar na luta coletiva para barrar os ataques aos nossos direitos e preservar nossas vidas em meio à pandemia da Covid-19.

No seio do Sistema Petrobrás, a categoria está sendo forçada, pela gestão de Castello Branco, a perder seus empregos, direitos, sendo espoliados em 25% de seus salários (administrativos), e tendo suas vidas colocadas em risco como nas plataformas, refinarias e terminais, sob a falsa justificativa de reduzir os efeitos da COVID-19, mas que na realidade consiste em alimentar o apetite do capital em garantir somente seus lucros. Por isso, é urgente que lutemos pela manutenção do emprego. O desemprego só faz crescer e os planos de privatização aumentam mais ainda essa fenda social.

Confira abaixo a nota da Frente Sindical Classista sobre o 1º de Maio:

ONTEM E HOJE, NO DIA INTERNACIONAL DOS TRABALHADORES NÃO CABEM PATRÕES

Teremos um 1 de maio diferente neste ano. Pela primeira vez, desde sua primeira celebração 129 anos atrás, o Dia Internacional dos Trabalhadores não será marcado pelos tradicionais atos nas avenidas e praças das principais cidades do país e do Mundo. Pela preservação da vida, pela defesa do direito ao futuro, estarão vazias.

Com a pandemia do novo coronavírus, e a responsabilidade de contribuir com o esforço coletivo de achatar a curva de contágio e evitar o colapso do sistema de saúde, recolhemos nossos cartazes e palavras de ordem dos espaços públicos. Agora, é na internet, nas redes sociais e grupos de whats app que nosso grito de indignação se espalha e ganha corpo.

É também das janelas de nossas casas e apartamentos que vamos nos mobilizar, pois temos na presidência um negacionista neofascista que diz “e daí?” para as mais de 5 mil mortes e mais de 70 mil casos confirmados no país. Às 20h30 desta sexta-feira, 1 de maio, haverá um barulhento panelaço contra o governo da morte e temos a tarefa de nos somar e reafirmar que o lucro não está acima da vida.

E se por um lado a pandemia nos tira das ruas neste 1 de maio, por outro é preciso reafirmar o seu caráter classista e independente. Nada mudou sobre o seu significado e caráter: continua sendo um dia dedicado exclusivamente à classe trabalhadora, não cabendo os patrões e nem seus representantes.

A origem desta data está justamente no enfrentamento, com sangue e morte de trabalhadores, contra os patrões. Trata-se de uma homenagem a uma greve em Chicago (Estado Unidos), iniciada num 1º de maio de 1886, que culminou numa manifestação três dias depois duramente reprimida por policiais e seguranças privados contratados pelos capitalistas locais. Quatro anos depois, na fundação da II Internacional, foi chamado um dia mundial de lutas para o 1º de maio seguinte e em seu 2º Congresso, de 1891, a data foi aprovada como Dia Internacional dos Trabalhadores.

Desde então, em todo 1 de maio relembramos as lutas e nossos mártires do passado e celebramos as conquistas da classe trabalhadora por um mundo mais justo e igualitário, sem opressão e nem exploração. Foram com as greves gerais, os protestos nas ruas, o controle e suspensão da produção de riqueza, que derrotamos as condições desumanas de trabalho impostas pelo capital. E avançamos. Só no Brasil, lembramos que foi a partir da luta que arrancamos a jornada de trabalho de 8 horas; férias remuneradas de 30 dias; 13º salário; FGTS; aviso-prévio; licença-maternidade e o próprio direito de greve. Nada caiu do céu.

A necessidade da manutenção da luta classista se prova na própria origem do 1 de Maio. A greve de Chicago tinha como principal reivindicação a redução da jornada de trabalho para oito horas diárias. Hoje, mesmo sendo um direito de nossa classe, sabemos que a imensa maioria é submetida a jornadas diárias de 12 horas e sem qualquer proteção social. Ou seja, 129 anos depois, o direito a uma jornada de trabalho digna segue sendo uma luta atual duríssima.

Sabemos muito bem que não é só a extrema-direita neofascista instalada no poder, encarnada na figura de Jair Bolsonaro, que se opõe aos interesses da classe trabalhadora. A direita que se tinge de civilizada também é inimiga declarada de nossa classe e a prova disso está no seu protagonismo nos ataques mais recentes aos nossos direitos, com as reformas trabalhista e previdenciária, com o liberou geral para a terceirização irrestrita em atividades-fins e com a Emenda Constitucional 95, que impõe dificuldades severas para o combate ao vírus ao impor restrições orçamentarias para a saúde pública.

Por isso, façamos deste 1 de Maio um Dia Internacional dos Trabalhadores digno de seu nome: classista, independente, em defesa da vida e daqueles que produzem a riqueza desse país.

Viva a luta da classe trabalhadora!
Salvar as vidas, não os lucros!
Se puder, #FicaEmCasa