Refino é hoje a melhor alternativa à Petrobrás, diz Ineep

Avaliação

“É um erro estratégico o anúncio da Petrobrás de que pretende manter seu programa (anterior à crise) de investimentos.” A avaliação é do economista e coordenador técnico do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo e Gás (Ineep), Rodrigo Leão, para quem a estatal deveria priorizar, neste momento crítico de crise do petróleo, investimentos na área de refino.

Refino é a opção

“Até agora a Petrobrás não informou que pretende, em seu plano de negócios, alterar os investimentos na área de refino”, disse. Segundo o economista, isso permitirá, nos próximos meses, “uma margem de rentabilidade mais alta”, avalia. Estrategicamente, uma empresa que atua na área de refino fica menos sujeita às variações da commodity no mercado internacional.

Ajustes na mira

A perspectiva de mercado é de que as empresas “vão fazer ajustes em E & P, reduzindo gastos e buscando melhor aproveitamento de seu parque produtivo disponível”. Além do refino, a conjuntura econômica atual favorece investimentos em energia renovável. A ‘demora’ da ponta do diesel em refletir a queda do petróleo tipo brent – acumulada em 60% desde o início da crise – é uma circunstância que ‘dá um fôlego’ de rentabilidade para o refino.

Fôlego providencial

Nesse período de grande estabilidade, acrescenta, é que derivados, como diesel e gasolina poderão “dar um fôlego” para a área de E&P. Segundo Leão, “por ser integrada (atua, tanto no upstream, quanto no downstream)”, a estatal brasileira está em melhor condição, nesse momento de crise, do que uma petroleira restrita apenas à fase de exploração, por exemplo”, argumenta.

Sem investimento significativos

Embora as gigantes Shell (anglo-holandesa) e Exxon (norte-americana) sejam também integradas como a Petrobrás, não significa que as estrangeiras pretendam, no entendimento do coordenador do Ineep, “fazer investimentos significativos no mercado brasileiro este ano” .

Maior resiliência

“Elas (as empresas integradas) vão ter mais capacidade de resiliência diante da crise global do que as demais, que não possuem essa característica”, completa.

Quebra à vista

No polo oposto, uma petroleira de shale gas (gas de xisto), no estado americano de Oklahoma, “tende a quebrar porque produz petróleo cru, que tem um custo alto e fica inviável economicamente”, prevê.

Diversificar já!

Diversificar é hoje a palavra-de-ordem de um mercado em baixa. “É importante que a atuação da empresa seja diversificada, como forma de proteção contra a volatilidade atual”, destacou. Segundo ele, isso protege a empresa, quando o preço internacional do petróleo cai. “Diversificar ajuda a amortecer essa queda. Quando ele aumenta, isso te dá mais margem de rentabilidade”, explica.

Variação extrema

O Coordenador do Ineep ressalta que o preço do petróleo varia conforme a estrutura econômica de cada país. “Países que importam muito derivados e não têm refinaria, têm seu preço interno mais atrelado à cotação internacional e estão mais expostos à crise”, ilustra. No caso do Brasil, há o ICMS (estadual) e o PIS (federal) como exemplos de diversidade de fatores ao preço.

Taxação maior

Ele continua, acrescentando que na Europa a taxação do petróleo é maior, porque naqueles países a intenção é reduzir ao máximo o uso de combustíveis fósseis”.

Fnte: Eu quero investir