Prejuízo em dobro
Mesmo com o mercado financeiro desabando, o Governo Bolsonaro mantém o desejo de vender estatais para fechar mais um ano de buraco nas contas públicas, o sexto consecutivo registrado pelas políticas de austeridade.
O alvo agora é a Pré-Sal Petróleo S/A (PPSA), estatal criada em 2010 e responsável por representar a União nos contratos de exploração de petróleo pelo regime de partilha. Privatizar a companhia significa entregar os lucros do pré-sal ao comprador.
Ao receber remuneração em óleo, a PPSA vende o produto através de leilões na bolsa paulista, a B3. No ano passado, foram arrecadados R$ 848 milhões com a venda de petróleo pela estatal. Mas a arrecadação vai subir ano a ano, na medida em que aumentar a produção do pré-sal. A partir de 2025 a arrecadação deve chegar a R$ 10 bilhões por ano até alcançar R$ 110 bilhões em 2032, de acordo com estimativas divulgadas pela própria PPSA.
Outra estatal na mira do governo é a Eletrobras. A ideia seria concentrar esforços nas duas companhias, já que dificilmente, com a crise econômica mundial que se desenha, haveria mercado para estais menores. A venda de duas joias da coroa em meio à turbulência implica receber valores baixos, duplo prejuízo para o país, que ficaria sem as empresas e arrecadaria um valor aviltado.
Segundo o G1, o valor de venda da PPSA chegaria a R$ 200 bilhões, teto estimado antes da queda esta semana dos preços do petróleo no mercado internacional. Com os valores do barril de óleo desabando, a perda para o Estado seria bilionária. Para vender a PPSA e a Eletrobras seria necessário alterar a legislação.
Fonte: Monitor Mercantil