Com corte de rendição e atrasos, Litoral Paulista prepara categoria à greve

Petroleiros em luta

Um dia após a categoria aprovar em assembleia greve e mobilizações, petroleiras e petroleiros do Litoral Paulista iniciaram a terça-feira (4) em luta. No Terminal Alemoa, em Santos, na RPBC/UTE Euzébio Rocha, em Cubatão, e Terminal Almirante Barroso (Tebar), em São Sebastião, houve corte de rendição na entrada dos grupos de turno. No Aeroporto de Jacarepaguá, os voos de Mexilhão, P68 e P69 foram atrasados.

Além de informar a categoria sobre o resultado da assembleia, e cenário nacional de greve, os dirigentes do Sindipetro-LP têm aproveitado as paralisações para dialogar com cada trabalhador sobre a necessidade de participar ativamente da luta. Diante do forte assédio, ameaças e práticas antissindicais da companhia, hoje sob uma direção alinhada ao autoritarismo bolsonarista, não basta cruzar os braços.

Vamos precisar, em cada unidade e diariamente, do engajamento de todos os grevistas nos piquetes de convencimento. Greve se faz na porta da empresa, não em casa! E desde já é também tarefa de cada um conversar com o colega de trabalho que ainda não se conscientizou sobre a necessidade da greve, buscando ainda a solidariedade e compreensão de amigos e familiares. Além de representar uma base de apoio fundamental, podem multiplicar nossa voz para além dos muros da companhia e nos ajudar a explicar à população as razões que nos levaram à luta.

Por que vamos à greve?
A greve nacional petroleira, que em seu 4º dia ganhou o reforço das plataformas da Bacia de Campos, tem por objetivo denunciar e resistir aos ataques sofridos pela categoria desde que Roberto Castello Branco, nomeado por Bolsonaro, passou a presidir a empresa. Além de aprofundar a venda de ativos estratégicos às multinacionais, tentando colocar em prática o seu antigo sonho de privatizar a Petrobrás, Castello Branco vem entregando o pré-sal e descumprindo frontalmente o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).

Duas das principais medidas que empurraram a categoria à greve é a tentativa da alta cúpula da empresa em impor, sem negociação efetiva, uma nova tabela de turno e o fechamento da Fafen-PR com a demissão de mais de mil petroleiros diretos e terceirizados. A lista de arbitrariedades é extensa e diversos padrões preconizados pela própria companhia, e previstos no ACT, estão sendo deliberadamente ignorados pela alta direção. Não por acaso, uma frase que está na boca da categoria e que se repetiu na assembleia é de que “motivos pra ir à greve não nos faltam”.

Lembramos que, ao longo desta semana, o Sindicato seguirá intensificando as mobilizações em todas as unidades para traçar, ao lado da categoria, as melhores estratégias para garantir uma greve forte.