Por ampla maioria, categoria aprova contraproposta da FNP para PLR 2020

Assembleias no Litoral Paulista

Por ampla maioria de votos, a categoria petroleira do Litoral Paulista rejeitou a proposta de PLR 2020 da companhia, escolhendo a contraproposta elaborada pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) como a mais justa. Com os números em mãos, a direção do Sindipetro-LP encaminhará ofício à direção da companhia informando o resultado, que foi dividido em duas votações: primeiro a proposta da empresa, depois a contraproposta da FNP.

Somando as consultas realizadas nessa semana nas plataformas, e nesta quinta-feira (19) na sede, subsede e grupos de turno, foram 207 votos contra a proposta da Petrobrás, apenas 60 a favor e 7 abstenções. Para a contraproposta da FNP foram 221 votos a favor, 30 contra e 20 abstenções.

Para o coordenador do Sindipetro-LP e secretário-geral da FNP, Adaedson Costa, o resultado expressa a insatisfação generalizada da categoria com a atual direção da empresa. “Estamos diante de uma direção que quer destruir a empresa e entregá-la pra iniciativa privada. Nesse sentido, não há nenhum compromisso com a companhia e nem com seu maior ativo, a força de trabalho. Não por acaso, apresenta uma proposta de PLR rebaixada enquanto oferece remunerações gigantes à alta cúpula via Programa de Premiação de Performance (PPP)”. 

CONTRAPROPOSTA DA FNP
A FNP elaborou uma contraproposta que incorpora aspectos do modelo vigente até março/2019, das exigências da negociação realizada ao final de 2018 e das atuais de dez/2019. Além disso, apresenta os seguintes pontos:

1) Conceito de remuneração (sem função gratificada);

2) Gatilho 5 vezes maior, saindo de 10 Bilhões do lucro líquido, para igual ou maior a 50 Bilhões, mas sobre o resultado da soma de impostos, royalties, participações e contribuições, e não em relação ao Lucro líquido (LL). O que também expressaria a magnitude de criação de valor, de riqueza, que a Petrobrás adiciona anualmente à economia do país;

3) Relação piso-teto entre o menor e maior valor pago a título de PLR, com sua redução de 2,5 vezes para 2 vezes, reforçando e reconhecendo o esforço e resultado coletivo, o efeito sinérgico da gestão empresarial. O que restringiria a aplicação dos modelos de remuneração variável instituídos amplamente nas grandes multinacionais e bancos que impulsionaram, gestaram, a profunda crise de 2008 com reflexos até aqui, além de uma enormidade de fraudes empresariais que lesaram a sociedade profundamente (ENRON, VALE, ACIDENTE REFINARIA TOTAL  e etc.);

4) Pagamento por resultados (1 remuneração + 0,5 PLR anterior ou 2 remunerações se não houver PLR), se a Petrobrás entregar ao país 100 Bilhões no somatório de impostos, royalties, participações e contribuições. Demonstrando que a contribuição da Petrobrás para a sociedade brasileira, a partir do trabalho dos petroleiros, não de resume ao seu lucro;

5) Expurgos/variações exógenas. O que impidiria o absurdo que já se viveu na empresa, quando a PLR não foi paga, seja quando se alterou sua política de utilização da capacidade das refinarias, ou seus dirigentes se corromperam e integraram cartéis ou o câmbio sofreu uma variação inesperada diante de uma crise. E a culpa ficou na conta dos trabalhadores, apesar desses terem aumentado seus esforços e alcançado ótimos resultados para reverter cada estrago.;

6) Redutor de PLR restrita às punições relativas à corrupção, nepotismo ou assédio sexual/moral, e estabelecida por colegiado (Comitê Disciplinar). Excluindo a questão do ‘conflito de interesse’ devido a falta de estrita definição do que seria, e pela prática da empresa de tipificar, assim, até profissionais da carreira gerencial que opinem em assembleia de trabalhadores contra uma proposta de ACT da direção, ou no caso de consultores, que também exercem atividade sindical. Fato que abriria a possibilidade de punições arbitrárias, perseguições políticas.