Protesto no Terminal Alemoa mobiliza petroleiros diretos e terceirizados

Por direitos e segurança

Na manhã desta quarta-feira (18), petroleiros diretos e terceirizados do Terminal Alemoa, da Transpetro, em Santos, atrasaram o início do expediente para discutir temas específicos da unidade e também a conjuntura política atual.

O primeiro debate levantado são os reflexos da terceirização irrestrita, que se alastra pelo país e chegou ao terminal. Recentemente, a gerência comunicou aos trabalhadores – sem qualquer estudo e comunicado ao sindicato - a extinção de mais um posto de trabalho da operação. Dessa vez, nas barcaças de óleo combustível.

Trata-se de uma função delicada e complexa, cujo desvio para a gestão de uma empresa terceirizada resultará na elevação da insegurança do terminal e da comunidade circunvizinha, além de fortalecer o projeto privatista da atual direção da companhia.

Por isso, a mobilização foi também um recado à gerência do terminal, que uma semana após ofício enviado pelo sindicato com questionamentos sobre o tema até agora não se pronunciou, demonstrando desrespeito pela representação sindical e desprezo pela força de trabalho.

Outro reflexo, que os sindicatos de petroleiros, metalúrgicos, construção civil e Comissão de Desempregados já vêm atuando via Tabela Salarial Unificada é a redução salarial, cortes de direitos e calotes nos contratos das empresas terceirizadas.

E longe de apresentar medidas que invertam a situação precária dos trabalhadores, o governo Bolsonaro recentemente apresentou mais ataques. Através do chamado emprego ‘verde e amarelo’, quer - dentre outros absurdos - taxar o seguro-desemprego, diminuir o valor do FGTS e estimular a rotatividade e rebaixamento salarial com o incentivo ao chamado primeiro emprego. Aos mais jovens, menos direitos e remuneração achatada. Aos mais velhos, o risco iminente da demissão com a oferta aos empresários de mão de obra mais barata.

E qual a saída para reverter esses ataques? Os exemplos de luta e resistência do povo chileno e dos franceses demonstram que a classe trabalhadora unida, em toda sua diversidade, tem força para reverter os pacotes de ajuste fiscal que em todo mundo tentam recuperar a taxa de lucro da elite econômica mundial à custa dos mais pobres e dos assalariados.

Encerrando o atraso, os dirigentes do Sindipetro-LP agradeceram a adesão dos trabalhadores do Terminal Alemoa a todos os dias nacionais convocados pelas centrais, incluindo a tentativa de greve geral. Aos petroleiros diretos, ainda foram repassadas as últimas atualizações sobre temas como PLR, Banco de Horas, tabela de turno e eleição do CA.

Que em 2020 nossa capacidade de luta e resistência seja ainda maior e nos permita avançar na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.