Desmonte da Petrobrás responde por 19% do desemprego no Brasil

Triste realidade

A redução e a privatziação na Petrobrás desde 2015 custou o emprego de 2,5 milhões de brasileiros, o equivalente a 19% do desemprego atual, e provocou o aprofundamento da crise econômica no país. Os dados fazem parte da exposição feita pelo cientista social William Nozaki em Salvador, durante o Ato em Defesa da Petrobrás na Bahia, na manhã dessa segunda-feira (23).

O novo governo e a nova direção da Petrobrás caminham no sentido da aceleração da venda de ativos da empresa e da completa saída da Região Nordeste. A Bahia é um dos estados que mais tem a perder com a desativação da Petrobras. Foi a Bahia que motivou o nascimento de uma petrolífera brasileira, foi onde aconteceu a primeira extração de petróleo do Brasil e hoje tem todas as atividades das frentes de atuação da Petrobras, de fertilizantes ao refino.

“Quando a Petrobrás sinaliza que vai concentrar suas atividades no Pré-Sal e no setor de óleo e gás, isso significa que ela ficará concentrada no Sudeste, em São Paulo e no Rio de Janeiro. E a Bahia está sentindo esse impacto intensamente ao longo dos últimos anos já. Foi lá que começou a hibernação da primeira fábrica de fertilizantes, foi lá que começou a venda das primeiras unidades de biocombustíveis e é lá que está se iniciando a venda do refino. E pra economia local isso tem um impacto muito grande”, conta Nozaki.

Segundo estudos do Ineep, entre 2018 e 2022, 60% do total dos investimentos no país seriam feitos pela Petrobras, caso não houvesse o desinvestimento. Os novos planos da Petrobras não prevêem qualquer investimento na região Nordeste nos próximos anos. Se a saída da empresa for confirmada, só na região devem ser perdidos mais 319 mil empregos.

Ainda segundo o Instituto, cada R$ 1 bilhão investido na Petrobras se reverte em R$ 1,28 bilhão no PIB nacional, e gera 30 mil postos de trabalho.

A saída da Petrobrás do Nordeste já foi tema de uma reunião do Consórcio de Governadores e formou uma reação capaz de reunir políticos da base e da oposição no Estado, além de trabalhadores e movimentos sociais.

Fonte: GGN