Direção da Petrobrás divulga informações falsas e chama TST para mediar ACT

É fake!

A Petrobrás informou, na última segunda-feira (26), que ingressou com um pedido de mediação no Tribunal Superior do Trabalho (TST) para discussão sobre o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que se encerra no próximo dia 31. Ela ainda alegou que “a decisão foi tomada pela companhia depois de esgotadas as tentativas de chegar a um acordo nas negociações com as lideranças sindicais”. Isso não é verdade!

A FNP e a FUP sempre se colocaram à disposição para negociar um ACT JUSTO para a categoria, porém, a repre­sentação da Petrobrás reafirmou sua intransigência ao negociar com a categoria a partir dos pre­ceitos adotados na reforma Tra­balhista.

Em nota, a empresa também informou que “antecipou, pela primeira vez, as negociações”. Mentira! A FNP e a FUP anteciparam a entrega da pauta para garantir que as negociações iniciassem o quanto antes. Por isso, a pauta das federações foi entregue no dia 15 de maio.

No texto, divulgado, a Petrobrás afirmou ter realizado “inúmeros estudos para elaborar as suas propostas para o ACT”.  Talvez a empresa tenha realizado estudos sim, mas, “ao avesso”, pois, durante as reuniões, os representantes da direção da Petrobrás fizeram apresentações em que tentaram convencer que uma proposta de reajuste de 1% representa um “ganho” ao trabalhador. Só pode ser piada!

Agora, a empresa afirmou que “propósito sempre foi o de obter o melhor acordo para seus empregados”. Será mesmo? Durante as assembleias, a empresa passou a assediar e ameaçar os trabalhadores, inclusive os que têm cargos de supervisão, a votarem na sua proposta, lançou um operativo de guerra, convocando reuniões gerenciais para obrigar empregados a votar contra si mesmos.

Na última semana, oito supervisores, lotados na Província Petrolífera do Urucu (AM), na região Norte do Brasil, foram afastados de seus cargos após votarem contra a terceira proposta da empresa para o ACT.

Mesmo assim, a proposta foi recusada ainda sob forte pressão da Petrobrás, que afirmou que passaria a aplicar a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) a partir do dia 1º de setembro, caso o acordo não fosse fechado. As assembleias acontecem até o dia 30 de agosto nas bases da FNP e nas da FUP.

No texto, a Petrobrás afirmou que está “passando por uma profunda transformação e está executando um amplo programa de ajustes”. Sim, isso é verdade! Após a posse de Jair Bolsonaro, a Petrobrás assumiu um perfil autoritário. A empresa, que durante anos tratou direto com os trabalhadores, resolvendo tudo na mesa de negociações, agora decidiu chamar a Justiça para interferir no processo, demonstrando falta de confiança no sindicato que representa a categoria.

Ainda em nota, a Petrobrás afirmou que está “revertendo o cenário de grave crise”. Como ela está fazendo isso se o governo vive anunciando a entrega das refinarias brasileiras, com o qual Bolsonaro e seu preposto na estatal, Roberto Castello Branco, pretendem repassar à iniciativa privada, de preferência estrangeira, metade da capacidade nacional de refino. Tudo a preço de banana.

Agora, a empresa tenta empurrar goela abaixo esse ACT vergonhoso. Ela podia seguir negociando com as federações, mas, optou por pedir mediação do TST. Um ACT justo é o mínimo que se pode fazer por trabalhadores que produzem a riqueza do país. Os trabalhadores não irão aceitar isso! A FNP já enviou representação para Brasília e irá se reunir para definir uma estratégia nesta nova etapa de negociação.

Fonte: FNP