Sindipetro-LP não desiste da luta contra redução de efetivo do Terminal da Alemoa

Audiência na justiça

Aconteceu na manhã desta terça-feira (30), na 7ª Vara do Trabalho de Santos, a Audiência UNA que trata sobre a redução de operadores do Terminal Aquaviário de Santos, operado pela Transpetro, na Alemoa. O juiz, responsável pela ação, determinou que seja feita uma perícia no terminal para atestar as condições do local com a redução de um operador no painel de controle.

Entenda o caso

Desde dezembro de 2018 a gerência resolveu diminuir o quadro operacional de 11 para 10 trabalhadores, retirando um técnico de operação da sala de controle. A decisão foi tomada sem respeitar os padrões de gestão de mudanças da própria Transpetro e sem acionar os trabalhadores e o sindicato.

A diretoria do Sindipetro-LP tentou, por meio do diálogo, em reuniões, reverter a decisão. Além disso, levou a demanda à gerência Geral da Transpetro, no Rio de Janeiro, mas mesmo com todos os argumentos relativos à segurança operacional apresentado pelo sindicato a gerência permaneceu irredutível, mantendo a redução do posto e assumindo os riscos que essa decisão pode causar à circunvizinhança e aos trabalhadores próprios e terceirizados.

A empresa justifica a arbitrariedade pautada no acúmulo de horas extras realizada pela força de trabalho, curiosamente o gerente do terminal resolveu "solucionar" este quadro com a eliminação de um posto de trabalho. Uma medida estritamente econômica, que ignora uma obviedade: se há excesso de horas extras é porque há efetivo operacional reduzido.

Para piorar a situação o tema foi tratado sob o falso argumento de teve o aval dos trabalhadores. O Sindipetro-LP realizou assembleias sobre a redução do quadro e os trabalhadores decidiram, de maneira unânime, realizar um rol de manifestações contra esse absurdo.  

A retirada do operador, sem o devido treinamento, e a gestão de mudanças preconizadas pela própria empresa está sobrecarregando os operadores além de trazer riscos de acidentes para o terminal e para a circunvizinhança. Não bastasse os exemplos de acidentes que tivemos recentemente próximo ao terminal, como o incêndio na Ultracargo em 2015, que demorou sete dias para ser contido e o vazamento de gases tóxicos da Localfrio, que levou mais de 170 pessoas ao hospital por intoxicação, a Petrobrás parece estar pagando para ver algo pior acontecer.

A negligência à segurança, em nome do lucro, tem causado tragédias anunciadas em todo o Brasil. Os crimes ambientais causados pela Vale em Brumadinho e Mariana reforçam a necessidade de se investir mais em segurança para se evitar e prevenir que outras tragédias aconteçam.

Vale lembrar, que o Terminal da Alemoa é o quarto maior terminal em movimentação do Sistema Petrobrás. O TA Santos transporta produtos para o Terminal de Cubatão, para a Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), Refinaria Henrique Lage (Revap), Refinaria Planalto Paulista (Replan) e Refinaria de Capuava (Recap), uma tragédia no local teria proporções ainda maiores do que já vimos no país.