Não caia nessa!
Divulgada amplamente como um complemento da PLR, o PRVE é só mais uma forma de comprar gestores e nível superior para defenderem o indefensável
Na última semana saiu o simulador da parcela de PRVE (Programa de Remuneração Variável do Empregado). Contrariando expectativas, muitos trabalhadores até aqueles com mais de 100% de atendimento às metas viram a projeção zerada. Divulgada amplamente como um complemento da PLR, o PRVE é só mais uma forma de comprar gestores e nível superior para defenderem o indefensável: o desmonte da empresa e do nosso acordo coletivo.
A enganação maior é que se trata de uma remuneração variável por fora da PLR, mas a partir de recursos que deveriam ser da PLR. Mais um motivo para nos indignar e nos levar a construir uma greve nacional da categoria.
Na época em que o cálculo foi apresentado, os sindicatos que compõem a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) já perceberam a injustiça e viram claramente que o programa havia sido pensado para beneficiar apenas os maiores salários.
Afinal, além de complexo, envolvendo medição de desempenho da companhia, desempenho individual e resultado global, o programa é uma ferramenta criada para gerar divisão e aumentar as assimetrias entre a remuneração dos empregados da companhia.
E tudo isso esconde, de quebra, uma grande injustiça: divide a responsabilidade para geração de resultados, mas concentra a recompensa apenas nas mãos de poucos.
“Temos recebido muitos comentários de trabalhadores decepcionados com o resultado da sua simulação de PRVE. A maioria não tem nada para receber. Para o Sindicato, infelizmente, não trouxe nenhuma surpresa. É exatamente o como já havíamos previsto: um verdadeiro ‘bolsa chefia’”, disse o diretor da FNP e presidente do Sindipetro-SJC, Rafael Prado.
Segundo ele, o problema maior é que é apesar de ser uma remuneração variável por fora da PLR, é elaborada a partir de recursos que deveriam ser da PLR.
“Junto a outros inúmeros ataques que estamos sofrendo, o PRVE é apenas mais um motivo para construir uma greve nacional da categoria. Está mais do que na hora de os petroleiros e petroleiras da base entenderem os riscos e partirem para a mobilização”, disse.
Fonte: Sindipetro-RJ e Sindipetro-SJC