Centrais e frentes realizam 1º de Maio histórico e anunciam greve geral para 14 de junho

Unidade contra reforma da previdência

Foi um Primeiro de Maio histórico. Depois de cerca de 15 anos, os atos do Dia do Trabalhador foram unificados em todo o país, convocados por todas as centrais sindicais e pelas frentes de luta (Brasil Popular e Povo Sem Medo). Em São Paulo (SP) ocorreu o maior evento, um ato-show que reuniu um grande público no Vale do Anhangabaú. O ato principal também contou com a presença de partidos – como PT, PSOL, PCdoB, PCB, PSTU, PCO e PDT -, de movimentos sociais, como o MST e MTST, e ex-candidatos(as) à Presidência da República, como Guilherme Boulos (PSOL), Fernando Haddad (PT) e Vera Lúcia (PSTU).

A unidade se estendeu aos estados. Em todas as capitais, ocorreram marchas ou atividades unitárias, reunindo alguns milhares de lutadores e lutadoras. Atos também foram realizados em dezenas de cidades, como Campinas (SP) e Campina Grande (PB). Na maioria dos locais, a data escolhida para a greve geral – 14 de junho – foi anunciada conjuntamente, pelas lideranças das centrais. Em São Paulo, a data chegou a ser colocada “em votação”, com a multidão referendando a greve geral.

Além da reforma, a maioria dos discursos também atacou o governo Bolsonaro em relação ao desempenho da economia, o crescimento do desemprego, e ataques às liberdades, aos direitos, os cortes nas universidades e o aumento da violência e genocídio do povo negro. A luta das mulheres esteve presente nos atos e também nos carros de som, ainda que a representatividade das mulheres na direção do movimento sindical ainda esteja muito distante da necessária.

Categoria petroleira presente!
Os petroleiros do Litoral Paulista (ver imagens) participaram deste dia de luta contra a reforma da previdência e em defesa dos direitos. Em Cubatão, dirigentes participaram do evento organizado pela Comissão de Desempregados. Em São Paulo, uma caravana com petroleiros e ativistas de Santos marcaram presença. Com isso, incorporamos ao 1º de maio a luta contra a venda das refinarias e a privatização da Petrobrás!
 
Próximos passos

Antes de junho, está prevista a greve nacional da educação, marcada para 15 de maio. A data promete ser um “esquenta” da greve geral, sendo incorporada por outras categorias, como os trabalhadores da construção civil de Fortaleza (CE), que aprovaram paralisação para este dia. Muitas lideranças apontaram a necessidade de continuar o trabalho de diálogo na base das categorias e com a população, distribuindo panfletos e cartilhas e continuando o abaixo-assinado. Pesquisas mostram que 51% das pessoas são contrárias a reforma.

As centrais voltarão a se reunir na segunda-feira (06), para debater os próximos passos da construção da greve geral. Mesmo com a unidade nos atos, surgiram diferenças sobre a condução da luta. A União Geral dos Trabalhadores (UGT), por exemplo, tem insistido em buscar uma negociação com o governo Bolsonaro sobre a reforma. Em vez de oferecer ilusões com um governo que é inimigo da democracia e dos direitos, todas as centrais devem apostar na luta e na intensificação da mobilização. O caráter da reforma e a intensidade dos ataques nestes 120 dias já demonstraram, inclusive para parte de seus eleitores, o caráter anti-povo e anti-trabalhador do governo.