Trabalhadores e aposentados realizam Ato em defesa da aposentadoria

Dia Nacional do Aposentado

Nesta quinta-feira (24), petroleiros, portuários aposentados e representantes de outras categorias de trabalhadores realizaram plenária e caminhada em defesa da aposentadoria e contra a Reforma da Previdência. A plenária foi realizada no auditório 1° de Maio, na sede social do Sintraport.

A data 24 de janeiro é quando se comemora o Dia Nacional do Aposentado, mas infelizmente há pouco para comemorar. A equipe econômica de Jair Bolsonaro escolheu os aposentados e pensionistas como bodes expiatórios, procurando meios e gastando recursos para encontrar um culpado para o já desmentido “rombo da Previdência”.

A reforma da Previdência é pauta central do governo de Jair Bolsonaro. Preocupados com a proposta que será enviada ao Congresso em fevereiro pela equipe econômica do governo, trabalhadores e aposentados estão se mobilizando para conscientizar a população sobre os riscos da reforma da Previdência.

De acordo com os diversos representantes de centrais sindicais que estiveram presentes na plenária e caminhada, as lideranças nacionais devem se reunir no dia 20 de fevereiro para estabelecer um calendário unificado de lutas. Para os presentes no ato dos aposentados, será preciso também ação nas cidades da Baixada Santista.

Resistir a mais esse ataque contra os trabalhadores é necessário, pois, segundo o ministro Economia, Paulo Guedes, a proposta do governo para a Previdência será “profunda”, terá idade mínima e vai incluir um regime de capitalização, como o que hoje é usado no Chile. Vale lembrar que o Chile passa hoje por uma contrarreforma, após 30 anos da medida que tornou a capitalização da aposentadoria obrigatória no país.

No país “modelo” da privatização da previdência, os aposentados recebem cerca R$ 700, um terço do salário mínimo chileno. Não é atoa que o país vive uma onda de suicídios entre idosos, desesperançados pela baixa renda recebida.

O “pente fino” no INSS, como tem chamado a equipe de Bolsonaro, estuda ainda retirar do cálculo da aposentadoria períodos de afastamento por doença.

Atualmente, são exigidos 180 meses de contribuição, o equivalente há 15 anos. Se aprovada a medida o trabalhador que ficou um ano afastado por doença terá que trabalhar mais um ano para só então poder aposentar. Com essa medida, além de sacrificar ainda mais o trabalhador mais carente, que geralmente se aposenta por idade, o governo desestimula que os trabalhadores busquem um direito seu, que é receber o auxílio enquanto está sofrendo com problemas de saúde.

A “caça às bruxas” do governo Bolsonaro, que se limita aos trabalhadores e livra magistrados, militares e políticos da reforma, pretende pagar um bônus de R$ 57,50 a funcionários do INSS que identificarem irregularidades em aposentadorias e pensões. Com o objetivo de cortar benefícios ilegais, o trabalhador/pensionista que tiver seu benefício erroneamente cancelado por mais de 90 dias, constatado o erro, não receberá os valores retroativos retidos pelo governo.