Sindipetro-LP completa 60 anos de história e lutas

Passado, presente e futuro

Há 60 anos, em 19 de dezembro de 1958, nascia em Santos uma das ferramentas mais combativas da luta dos trabalhadores, o Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista. Fruto da visão vanguardista daquela que se transformaria em uma das categorias de mais tradição do movimento operário brasileiro, o Sindipetro-LP se orgulha de ser parte importante desta história.

Mesmo sob intervenção militar, em 1964, os petroleiros mantiveram as mobilizações, graças ao compromisso dos trabalhadores em proteger os interesses da categoria. Reunindo-se quase que clandestinamente em uma barbearia na Rua Itororó, montada por Rivaldo Otero, petroleiro nomeado pelo interventor da refinaria, o coronel Osman Ribeiro, à presidência do Sindicato, um ano após a intervenção, o Sindicato conseguiu ter de volta sua representação escolhida pelos trabalhadores.

Os anos que se seguiram foram de muita repressão e luta, sem esmorecer aos ataques do governo militar. Em 1978 o movimento da categoria durante campanha salarial foi radicalizado com greve de fome dos trabalhadores.

O fim dos anos de chumbo marcou ainda a história do Sindicato com a demissão de 46 petroleiros do Litoral Paulista e a prisão de oito trabalhadores no Dops, em Santos.

Nos anos 80, fortalecidos pelo já longo currículo de lutas em defesa dos direitos dos trabalhadores, o Sindipetro-LP, ainda sob intervenção militar, atuou fortemente para mudar definitivamente esta situação. Engajados em campanhas com passeatas e protestas que conquistaram benefícios até hoje presentes na vida da categoria, como a redução para 40 horas semanais na jornada de trabalho do TEDEP (Atual Alemoa) e do TEBAR, os petroleiros participaram ativamente de atos do “Diretas Já!”, promovendo comícios e levando os trabalhadores para atos em todo o Brasil por eleições diretas.

O final daquela década, com manobras do governo para privatizar estatais, definiu o que seriam os anos 90. Um período marcado por duas greves históricas, a de 1991, com paralisação da produção, ocasionada por reivindicação de reajuste de 310% para recompor as perdas salariais e readmissão de 800 funcionários, demitidos em outras greves, e a mais lembrada pelos petroleiros: a greve de 1995.

Em 2015 completamos 20 anos da greve de 1995, com um cenário político e econômico parecido com o que enfrentamos. Com a crise instaurada após as denúncias de desvios de bilhões de reais na Petrobrás, investigada pela Polícia Federal na operação Lava Jato, a cúpula da companhia, liderada por Aldemir Bendine, atual presidente da Petrobrás, decidiu cobrar do trabalhador os erros cometidos por sua própria negligência.

Após uma proposta de acordo coletivo apresentada pela empresa que tirava direitos, atacava benefícios e que fazia parte do plano de desinvestimento do Conselho de Administração, os petroleiros não tiveram outra alternativa a não ser se mobilizar.

Os petroleiros do Litoral Paulista tiveram papel importante nesta campanha, ao encabeçarem a maior greve desde 1995. Graças à unidade dos petroleiros, reforçada a cada assembleia com adesão crescente dos trabalhadores, demonstramos a toda categoria que somente juntos poderíamos barrar o retrocesso imposto pela cúpula da companhia, que está empenhada em desmantelar esta grande empresa.

Nossas mobilizações, marcada pela prisão de dois diretores sindicais, inspirou outras bases, tornando-nos referência e norte nas lutas que se seguiram e que culminaram com a participação dos 17 Sindipetros, o que há muito não se via.

Nós, diretoria do Sindipetro-LP, devemos todas as vitórias exclusivamente a esta categoria, que não foge da luta e sabe se impor.

Aproveitamos a data para ratificarmos o compromisso com a categoria e com a sociedade de empregar todos os esforços desta entidade para garantir, com luta, a defesa da Petrobrás, por uma empresa 100% estatal e pública, a serviço do povo brasileiro e contra a submissão do país aos desmandos das potências, detentoras do mercado de petróleo mundial.

Parabéns à categoria petroleira! Parabéns ao Sindipetro-LP!